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 | 10/02/2009 05h03min

Rio Grande do Sul pode ampliar área de risco da febre amarela

Caso confirme a doença como causa da morte de 10 bugios, secretaria estenderá vacinação para mais sete cidades

Atualizada em 10/02/2009 às 05h03min Carlos Wagner  |  carlos.wagner@zerohora.com.br

A morte de 10 bugios em São Sepé, na Região Central, pode ampliar a área de risco de febre amarela no Estado. Os técnicos da Secretaria Estadual da Saúde investigam se a doença provocou a mortandade dos animais. Se o resultado for positivo, a população do município e de outras seis cidades vizinhas também precisarão se vacinar contra a enfermidade. A análise sai em duas semanas.



Atualmente, 134 municípios gaúchos integram a região de risco. Nessas cidades, vivem 1,75 milhão de pessoas — 88% delas já foram vacinadas.

— Essa medida tem o objetivo de ficarmos sempre um passo à frente da doença. A nossa estratégia tem dado certo, tanto que já estamos há 25 dias sem a notificação de novos casos — afirmou o secretário estadual da Saúde, Osmar Terra.

De outubro de 2008 até o dia 4 de fevereiro, foram notificadas as mortes de 974 bugios em 87 cidades do Rio Grande do Sul. Em 25 desses municípios, exames atestaram o vírus da febre amarela. Em outras 48 cidades, os bugios apresentaram traços da doença, mas não houve a confirmação em laboratório por não ser possível coletar a amostra por diversos motivos, como o fato de os animais já estarem mortos há muito tempo.

— Temos notícias de que há pessoas matando os bugios em Porto Alegre e na Fronteira Oeste. É um erro. Os animais são uma sentinela. Sem eles, só saberíamos do vírus quanto ele atacasse um ser humano — advertiu Terra, explicando que a transmissão da doença se dá por meio do mosquito dos gêneros Haemagogus e Sabethes.

Até agora, há pelo menos cinco registros de febre amarela no Estado em seres humanos. Em apenas um deles, a paciente, de Bossoroca, sobreviveu. Embora seja registrado nas estatísticas gaúcho, o quinto caso deixa o secretário em dúvida. Trata-se de um gaúcho, morador de Muriaé (MG), que trabalhou em dezembro na zona rural de Jóia, no noroeste do Estado, considerada área de risco, mas morreu em razão da doença em Minas Gerais.

Contra a dengue, Estado faz repasse de R$ 900 mil

Terra diz que tanto a cidade mineira quanto o Estado de Goiás, onde o homem também trabalhou, são consideradas regiões de risco. Ainda há outros três registros no Rio Grande do Sul sob investigação — dos quais, duas pessoas morreram.

Além de fazer um balanço da febre amarela, Terra anunciou ontem a diminuição da área de risco para a dengue no Rio Grande do Sul de 61 para 58 municípios.

Porto Alegre reduziu o número de residências infectadas para 1% — o percentual era de 4%. Ele também anunciou o repasse, em fevereiro, de R$ 900 mil para reserva de leitos para serem usados em caso de uma eventual epidemia da dengue.

A verba foi repassada para os municípios de Campo Bom, Capão da Canoa, Erechim, Esteio, Ijuí, Lajeado, Montenegro, Passo Fundo e Três Passos.

A enfermidade

> É doença infecciosa, causada por vírus, ataca o fígado e outros órgãos. A gravidade é variável, podendo levar à morte.

> A maior incidência é entre janeiro e abril, quando o mosquito transmissor se prolifera com facilidade .

> A vacinação é recomendada para moradores e para quem viaja a áreas de risco, é gratuita e está disponível em postos de saúde e em alguns aeroportos.

> A vacina deve ser aplicada 10 dias antes da viagem e tem validade de 10 anos.

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