Turistas estão indo para áreas de risco do Rio Grande do Sul sem estar imunizados contra a febre amarela. Nos postos de saúde de municípios com atrativos como balneários, parques aquáticos e turismo rural das regiões Noroeste e Central, o movimento de viajantes é maior que o dos próprios moradores.



Isso significa que há turistas que se vacinam nos municípios onde o vírus da enfermidade pode estar circulando e não esperam a dose fazer efeito. Para estar protegido contra a doença, é preciso esperar 10 dias.

Em Nova Palma, onde há um balneário no Rio Soturno que atrai moradores da Região Central, a sala de vacina recebe principalmente visitantes. Isso porque quase a totalidade da população já foi imunizada.

— Tem gente vindo de Santa Maria fazer a vacina aqui porque lá a fila é muito grande. Mas tem gente de área que não é de risco, como de Passo Fundo e Lajeado, que vem acampar aqui — diz a responsável pela sala de vacina da cidade, Maria Cleres Pires.

Mesmo que no município não tenha ocorrido morte de bugios, ele é considerado de risco em razão da proximidade com locais em que o vírus da doença está circulando. Situação semelhança ocorre em Derrubadas. Como a vacinação é rotina no município da Região Noroeste desde 2001, o posto de saúde foi movimentado em dezembro e janeiro por turistas e pessoas que têm parentes na cidade.

Para visitar a principal atração, o Salto do Yucumã, no Rio Uruguai, o visitante percorre uma estrada no Parque Estadual do Turvo. Das 110 pessoas que haviam se imunizado em dezembro e até a metade de janeiro, cerca de 90% eram de fora.

Em Santo Cristo, procurado no verão em razão de um parque aquático e de um hotel-fazenda, 400 pessoas se vacinaram em janeiro, a maioria visitantes. O município também é área de risco desde 2001.

—A gente fala que eles teriam que se vacinar antes de vir para cá. Mas vem gente de tudo que é lugar aqui — conta a vacinadora Elci Bourscheidt.

No Estado, a febre amarela provocou a morte de três pessoas, todas nas Missões — duas em Santo Ângelo e uma moradora de Nova Santa Rita que esteve em Pirapó. Uma quarta pessoa de Bossoroca contraiu a doença mas se recupera.

Orientação

> A Secretaria Estadual da Saúde orienta as pessoas que pretendem viajar a procurarem os postos de saúde de seus municípios. O viajante não deve ingressar em área de risco antes de 10 dias, prazo para a dose fazer efeito.

A VACINA

> Com validade de 10 anos, é a única forma de imunização. Todos, a partir de nove meses de idade, que estão nas cidades de risco ou que pretendem viajar para esses locais, precisam tomá-la. A secretaria recomenda que as pessoas que estão fora da área de risco e não circularão por esses locais não se vacinem.

COMO FUNCIONA

> A vacina é uma forma atenuada do vírus da febre amarela.

> Ao ser aplicado, entra nas células como um gene e assume o comando delas. O sistema começa a produzir novos vírus.

> O sistema imunológico do corpo reconhece o vírus e é ativado, passando a produzir anticorpos para combater a doença.