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Estrangeiros fugiram do Haiti nessa quarta, dia 25, dia em que a capital do país, Porto Príncipe, preparava-se para enfrentar as forças rebeldes e diplomatas tentavam retomar as negociações para formar um governo de coalizão capaz de acabar com o conflito.
Depois de a segunda maior cidade do Haiti, Cap Haitien, e uma série de cidades do norte terem sido ocupadas pelos rebeldes, o presidente Jean-Bertrand Aristide disse que milhares de pessoas poderiam morrer se os revoltados – liderados por um ex-comandante de um esquadrão da morte e por um ex-chefe de polícia – conseguissem chegar à capital.
Os adversários políticos de Aristide, que se distanciaram da revolta armada, mas que concordam com a derrubada do presidente, rejeitaram na terça, dia 24, um acordo de paz patrocinado pelos EUA. A proposta previa que Aristide abrisse mão de alguns de seus poderes e formasse um novo governo.
Mais de 60 pessoas morreram nos combates iniciados em 5 de
fevereiro quando os rebeldes, uma coalizão
de gangues e ex-soldados, deram início à revolta invadindo Gonaives, uma cidade ao norte de Porto Príncipe onde os escravos haitianos declararam sua independência da França, em 1804.
Advertidos por seus governos sobre os perigos de continuar no país caribenho, norte-americanos, franceses e outros estrangeiros dirigiram-se para o aeroporto da capital antes que os rebeldes atacassem a cidade. Segundo os revoltados, a investida contra Porto Príncipe pode acontecer a qualquer momento. Autoridades afirmam que mais de 20 mil norte-americanos moram no Haiti.
O presidente avisou que o ataque poderia provocar um banho de sangue e advertiu sobre a possibilidade de os haitianos tentarem fugir pelo mar. Essa afirmação lembrou uma preocupação dos Estados Unidos de uma repetição do que aconteceu nos anos 90, quando dezenas de milhares de pessoas fugiram do território haitiano de bote tentando chegar à Flórida, na Costa Leste dos EUA, para fugir das tensões políticas que atingiam o
país.
Desde o
início da revolta a Guarda Costeira dos EUA vem monitorando o mar ao nordeste do Haiti, mas as autoridades ainda não registraram um número incomum de imigrantes. Entretanto, mais de cem haitianos já chegaram à Jamaica, ao oeste do Haiti.
Apesar de a oposição ter rejeitado o acordo para formar um governo de coalizão e da insistência da oposição na renúncia de Aristide, autoridades norte-americanas disseram que continuavam a ser feitos esforços para resolver a crise por meio de um acerto político. A França afirmou que receberia autoridades do governo e líderes oposicionistas na tentativa de mediar um acordo. No entanto, não estava claro se isso seria o suficiente para pôr fim à violência.
Com informações da agência Reuters.
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