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Civis do Haiti armam barricadas contra rebeldes armados

Civis haitianos armaram barricadas com ônibus e geladeiras antigas em vias de acesso à capital nesta terça, dia 24, após os rebeldes que lutam contra o presidente Jean-Bertrand Aristide afirmarem que chegarão à cidade dentro de alguns dias. Metade do Haiti já foi tomado. Durante o dia, surgiram barricadas em ruas do norte de Porto Príncipe. Moradores faziam gestos nervosos a carros que tentavam passar. Algumas barricadas com fogo bloquearam ruas de um bairro sofisticado da capital.

– A barricada não é contra ou a favor do governo. É para proteger o povo da área dos insurgentes – disse um jovem em um bloqueio.

Partidos de oposição e grupos civis, que insistem na renúncia de Aristide mas se distanciam do levante de duas semanas, têm prazo até terça, dia 2, para responder ao plano de compartilhamento de poder que tem apoio dos EUA, que manteria o presidente no poder. Mesmo se chegassem a um acordo – algo improvável – não estaria claro se deteriam os rebeldes, que reúnem centenas de ex-soldados disciplinados e representam uma séria ameaça a Aristide na revolta que já matou 60 pessoas.

Os rebeldes têm entre eles ex-gangues pró-Aristide e assumiram o controle de Cap Haitien, segunda maior cidade do Haiti. Muitos haitianos acusam Aristide de corrupção e saudaram os insurgentes. Líderes rebeldes em Cap Haitien manifestaram confiança e disseram que a única resistência até agora veio de machados de gangues locais de Aristide. A presença policial no Haiti – o país não tem Exército formal – sumiu diante de algumas centenas de rebeldes.

Na segunda, dia 23, cerca de 50 marines dos EUA voaram em dois aviões de transporte Hércules C-130 para o aeroporto de Porto Príncipe, em missão para proteger a Embaixada dos EUA e outras instalações norte-americanas no Haiti. A França, que governou o Haiti até 1804, seguiu outros diversos governos estrangeiros e pediu para seus cidadãos deixarem o local. O aeroporto internacional estava cheio de pessoas, incluindo missionários dos EUA, procurando vôos para fora.

A revolta, que surgiu na cidade de Gonaives, no oeste, começou com uma gangue armada que já apoiou Aristide. Outra gangues aderiram, incluindo ex-soldados do Exército que Aristide dissolveu quando voltou ao poder, em 1994, depois de ser afastado por um golpe. As tensões cresceram no país desde eleições parlamentares de maio de 2000, marcadas por fraudes.

As informações são da agência Reuters.

 
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