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A Federação Internacional dos Jornalistas alertou a Grã-Bretanha nesta sexta, dia 30, contra qualquer tentativa de prejudicar a independência editorial da BBC, emissora pública britânica de rádio e TV. A medida é uma reação a um relatório do juiz da Suprema Corte lorde Hutton, que nesta semana criticou duramente a forma como a BBC cobriu a guerra no Iraque e seus antecedentes, o que levou à demissão de seus dois principais diretores.
Para a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), esse tipo de restrição pode prejudicar os esforços para a criação de uma imprensa independente em países como os ex-comunistas do Leste Europeu.
– Este é um relatório do qual a BBC tem lições a aprender – disse o secretário-geral da FIJ, Aidan White. – [Mas] os políticos não podem usar isso para desmanchar as estruturas de independência editorial que vêm protegendo a BBC. Isso só vai encorajar governos recalcitrantes em outros lugares a manterem o controle sobre emissoras estatais – declarou.
Gerhard Zeiler, executivo-chefe do canal alemão RTL, foi na mesma linha da FIJ e disse que a emissora pública britânica é motivo de inveja para a Europa.
– A independência da BBC não tem preço – disse ele em uma conferência ao Conselho Consultivo da Tela Britânica.
Em seu relatório sobre o suicídio do cientista David Kelly, Hutton disse que a BBC errou ao permitir que seu repórter de rádio Andrew Gilligan fizesse acusações "infundadas'' sobre a suposta manipulação de dados por parte do governo para justificar a invasão do Iraque.
Essa acusação foi feita com base em uma fonte anônima, depois apontada pelo governo como sendo Kelly, um especialista em armas de destruição em massa. Sob pressão, Kelly cometeu suicídio em julho, num caso que pôs o governo de Tony Blair em apuros. O governo saiu inocentado do inquérito.
As informações são da agência Reuters.
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