| 27/01/2004 20h10min
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, escapou de uma grande derrota no Parlamento nesta terça, dia 26, mas pela margem mais estreita já registrada pelo Partido Trabalhista a favor de seu líder em uma votação. Os parlamentares votaram por 316 a 311 a favor do polêmico plano do primeiro-ministro de fazer os estudantes pagarem pelo ensino superior.
Mesmo assim, Blair ganhou um pouco de fôlego com o resultado da votação. Na quarta, dia 27, o juiz lord Hutton vai divulgar seu relatório sobre o suicídio do especialista em armamentos David Kelly. O veredicto pode decidir o destino de figuras-chave do governo. Kelly se matou depois de ser apontado pelo governo como sendo a fonte anônima de uma reportagem da rádio BBC que acusava o gabinete Blair de ter manipulado dados sobre o Iraque, como justificativa para a ação militar.
O inquérito Hutton levantou questões fundamentais sobre a forma como o governo lidou com informações estratégicas nos meses que antecederam à guerra, e também levantou a hipótese de que o gabinete tenha exposto Kelly à humilhação pública com fins políticos.
Eleito em 1997 por ampla maioria, Blair foi acuado por dezenas de parlamentares que discordam do seu projeto de cobrar mensalidades mais caras dos alunos do ensino superior. Se perder a maioria parlamentar ou o apoio popular, o governo Blair estará em apuros.
– Com uma maioria de 161 votos, uma derrota (na reforma do ensino) será extraordinária, um golpe esmagador no moral – disse antes da votação Vernon Bogdanor, professor de Governo na Universidade de Oxford.
Horas antes da votação no Parlamento, o vice-premiê John Prescott chegou a admitir que o governo seria derrotado. Mas de última hora um dos mais importantes rebeldes do partido, o ex-ministro Nick Brown, anunciou uma mudança de opinião. A mudança na tendência da votação fez a libra esterlina conter uma semana de quedas consecutivas frente ao dólar, mas, em meio ao ambiente de incerteza, poucos agentes estão dispostos a comprar a moeda britânica.
As informações são da agência Reuters.
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