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Observadores internacionais propuseram nesta segunda, dia 26, que o processo do referendo na Venezuela seja acompanhado mais de perto, porque uma disputa a respeito da verificação do abaixo-assinado ameaça os planos para uma votação que vai abreviar ou confirmar o mandato do presidente Hugo Chávez.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou uma nota em que pede às autoridades eleitorais venezuelanas que permitam acesso mais amplo de seus observadores ao processo de verificação das assinaturas apresentadas pela oposição. Os adversários do governo acusam Chávez e seus simpatizantes no Conselho Nacional Eleitoral, que está verificando as assinaturas, de tentar impedir o possível referendo deste ano.
– Respeitosamente solicitamos que o conselho estude a possibilidade de permitir à nossa missão observadora o acesso a duas áreas vitais do processo [de verificação] – disse em nota a OEA.
A oposição alega que entregou 3,4 milhões de assinaturas favoráveis ao referendo, 1 milhão a mais do que o exigido pela Constituição. As autoridades eleitorais devem anunciar em meados de fevereiro se e quando o referendo será realizado. Chávez diz que o abaixo-assinado está repleto de fraudes. A oposição quer destituir o presidente porque o acusa de governar como um ditador de esquerda e de provocar o caos econômico no país.
Em Caracas, o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter saiu de uma reunião com as autoridades expressando apoio ao Conselho Eleitoral.
– O futuro político da Venezuela está nos ombros deles, e eles nos deram garantia de que sua decisão será aberta e transparente – disse.
Observadores temem que a decisão do Conselho em fevereiro não seja aceita por todas as partes, o que poderia reiniciar a violência política no país, que já provocou várias mortes, uma tentativa de golpe e uma longa greve geral. Os observadores da OEA estão acompanhando parte do trabalho de verificação do abaixo-assinado, mas querem acesso também a duas importantes comissões técnicas do órgão, que têm a palavra final sobre se cada assinatura deve ser aceita ou rejeitada.
Fontes diplomáticas disseram que, se o pedido não for aceito, a OEA pode retirar a sua missão de observação. No fim-de-semana, o vice-presidente da Comissão Eleitoral, Ezequiel Zamora, considerado simpático à oposição, denunciou o que chamou de "tentativa de sabotagem" do processo de verificação por parte de alguns funcionários de baixo escalão.
O presidente do Conselho, Francisco Carrasquero, afirmou que o processo transcorre normalmente, mas mesmo assim os comentários de Zamora alarmaram a oposição, que pediu a vigilância internacional. Chávez prometeu neste domingo, dia 25, que vai aceitar a decisão final do Conselho Eleitoral e pediu a seus adversários que façam o mesmo.
Com informações da Agência Reuters.
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