| 14/10/2003 10h47min
O embaixador brasileiro na Bolívia, Antonino Mena Gonçalves, falou nesta terça, dia 14, à Rádio Gaúcha, sobre a situação política e dos brasileiros no país. Ele garantiu que o governo federal irá agir para trazer os brasileiros de volta para casa na hipótese do agravamento da crise social boliviano. No entanto, Gonçalves acredita que a situação no momento é preocupante, mas ainda sob controle.
Segundo o diplomata, o presidente do país, Gonzalo Sánchez de Lozada, continua com o apoio do Exército e de boa parte da população. O aeroporto de La Paz, capital da Bolívia e onde os principais confrontos acontecem, está fechado. Por isso, o embaixador recomenda que os compatriotas de passagem pelo país esperem a abertura das saídas da cidade nos hotéis.
– Nós temos uma comunidade brasileira que vive e trabalha aqui, que não é muito numerosa. E temos turistas de passagem. Nós recebemos alguns chamados deles e recomendamos que ele ficassem tranqüilos. Ou seja, que não saíssem às ruas. A recomendação que eu posso fazer é que nossos compatriotas é que não deixem seus locais de hospedadem.
Segundo o diplomata, para chegar ao aeroporto é completamente inviável no momento:
– Primeiro lugar, porque o aeroporto está fechado. Em segundo lugar, o trânsito até o aeroporto é de alto risco. As saídas por terra também estão impraticáveis – alertou Gonçalves.
Pelo menos 47 pessoas morreram e outras 150 ficaram feridas na pior onda de violência urbana e rural desde a restauração da democracia na Bolívia, em 1982, segundo entidades de direitos humanos. O projeto de exportação do gás boliviano para os Estados Unidos através de um porto chileno foi o estopim dos protestos, embora o governo não tenha definido nem selecionado a eventual saída do produto pelo país vizinho.
Nesta segunda, o presidente da Bolívia, Gonzalo Sánchez de Lozada, denunciou a existência de um plano golpista financiado no exterior para destruir a democracia no país. Lozada garante que não vai renunciar.
O embaixador destacou que as vias de exportação de gás para o Brasil, localizadas ao sul da Bolívia, não foram prejudicadas, pois não há registro de incidentes na região.
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