O novo gabinete palestino, que deve ser formado nesta semana, não deverá contar com a participação do grupo palestino Hamas. A recusa foi divulgada em uma nota neste domingo, dia 21. De acordo com o comunicado, a organização não integrará nenhum governo "cujo programa seja baseado nos acordos de Oslo que desprezam os direitos do povo palestino", referindo-se aos tratados de paz assinados na década de 90.

– O Hamas não participou de nenhum governo anterior e não tomará parte no governo que está por vir – declarou o grupo por escrito numa nota enviada à imprensa.

O Hamas emitiu a declaração após a tentativa do primeiro-ministro indicado Ahmed Qurie, neste domingo, dia 21, de obter apoio ao novo governo numa reunião com representantes das 13 facções palestinas em Gaza. Ninguém do Hamas compareceu ao encontro. Segundo autoridades, o primeiro escalão deverá incluir um simpatizante do Hamas e um moderado, favorecido pelos Estados Unidos. A declaração do grupo fala apenas da não participação da facção.

Autoridades palestinas revelaram que não seria a primeira vez que um simpatizante do Hamas participa do governo. O ex-líder do braço militar do Hamas, Imad al-Fallouji, foi ministro das telecomunicações em administrações anteriores. A Jihad Islâmica, que, assim como Hamas, promoveu atentados suicidas em Israel durante o levante palestino de três anos e meio contra a ocupação israelense, participou da reunião, mas descartou sua participação num governo que promoverá o plano de paz apoiado pelos Estados Unidos.

Israel afirma que não cooperará com qualquer governo palestino controlado por Yasser Arafat, mas a televisão israelense disse que dois terços do primeiro escalão deverão ser aliados do presidente palestino.

As informações são da Globo News.