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Esportes  | 14/10/2010 08h41min

Fifa exige novo plano de financiamento para as reformas do Beira-Rio

Comitê Local rechaçou garantias às obras e dá prazo de adequação até dezembro

Leandro Behs e Luiz Zini Pires


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O Inter precisará rever os seus planos caso queira ver o Beira-Rio como o estádio de Porto Alegre para a Copa de 2014. Ontem, durante as duas horas de reunião do LOC (Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014), na Barra da Tijuca, no Rio, a Fifa exigiu uma revisão nos valores orçados pelo clube para a reforma, além de rechaçar as garantias apresentadas até hoje pelo Inter. A entidade também exige que o clube busque uma carta de crédito para realizar a obra ou mesmo que se junte a uma empreiteira.

O Inter tem prazo até o começo de dezembro para cumprir as exigências, caso contrário poderá ver a Copa cair no colo da Arena do Grêmio _ que, apesar de não ter sido o estádio definido pela Fifa para Porto Alegre, conta com todas as garantias determinadas pela entidade.

Na próxima semana, técnicos do Inter e do LOC estarão reunidos em Porto Alegre  a fim de redefinir o orçamento para a reforma. Os R$ 150 milhões previstos pelo clube estariam subdimensionados. A Fifa calcula que a rubrica necessária para a obra seja superior a R$ 200 milhões. Depois, será feito um cronograma físico-financeiro, com o tempo de cada obra e o seu custo.

Além do mais, na véspera do embarque para Abu Dhabi, a Fifa quer ver o Inter com uma carta de crédito na mão ou com a parceria de uma empreiteira _ no caso, a Andrade Gutierrez, que já conversa com o clube. Como o Inter já conta com R$ 75 milhões em caixa para a construção, precisaria buscar com os bancos ou com um parceiro, o restante dos valores que serão reavaliados pelo LOC e pelo próprio clube. Sem poder contar com o seu modelo financeiro autônomo, o Inter acabará postergando os lucros previstos com as benfeitorias do novo Beira-Rio. 

Além de exigir garantias financeiras, a Fifa sugeriu algumas providências físicas, como o rebaixamento do gramado, o que obrigaria o Inter a deixar de jogar em sua casa de quatro a seis meses (podendo transferir os seus jogos para a Ulbra, em Canoas).

O clube deverá eliminar o problema de 10 pontos cegos do estádio: lugares nas arquibancadas de onde os torcedores não enxergam parte do campo. A direção já havia informado à Fifa não ter condições técnicas de rebaixar o gramado, devido ao solo arenoso do Guaíba.

– Apresentamos quatro alternativas de garantias para a Fifa: tocar as obras com recursos próprios, buscar financiamento junto ao BNDES, buscar uma carta de crédito em um banco ou a parceria com uma empreiteira. Nossa primeira alternativa não foi aceita, agora, partiremos para uma destas outras três modalidades – disse o 1° vice-presidente e vice de finanças do Inter, Pedro Affatato, único representante do clube na reunião do Rio. – É claro que sempre existe o risco de o Inter não receber a Copa, mas tenho certeza que tudo será resolvido e que o Mundial de 2014 será disputado no Beira-Rio – concluiu Affatato.

 

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