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 | 14/10/2010 06h40min

Onda de assaltos assusta comerciantes de Florianópolis

Em 43 dias, pelo menos 56 estabelecimentos foram atacados

Bianca Backes  |  bianca.backes@horasc.com.br

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A comoção com a notícia sobre um assalto vista na TV, de manhã, ainda não tinha nem passado quando uma atendente de 25 anos ficou frente a frente com três criminosos, na noite de segunda-feira. Ela trabalha em um restaurante oriental na rua Lauro Linhares, bairro Trindade, em Florianópolis.

— Um dos caras encostou uma arma na minha cabeça e ficou gritando que ia me matar. Eu ficava pensando no comerciante de Joiville que foi morto num assalto no dia anterior, na minha família, na minha vida, no que eu ainda queria fazer — relembra a jovem.

Desde então, o sono nunca mais foi o mesmo, e a rotina de trabalho não voltou ao normal. Ao perceber qualquer movimentação diante do estabelecimento, fica impossível não lembrar do que aconteceu.

Ainda na segunda-feira, meia hora antes do ataque ao estabelecimento, ladrões armados entraram em uma panificadora do bairro Cacupé. Nervosa, a dona desmaiou durante a ação. Bem em frente ao restaurante da Trindade, uma academia de ginástica também foi parte do roteiro dos bandidos.

No domingo, no bairro Sambaqui, dois restaurantes foram assaltados. Em um deles, cinco homens renderam funcionários e clientes.

Só nos últimos 43 dias, pelo menos 56 comerciantes foram alvos de assaltos na Capital. Os dados são da Polícia Civil que afirma, no entanto, que a situação é atípica.

O diretor de Polícia Civil da Grande Florianópolis, delegado Anselmo Cruz, diz que os casos vêm sendo investigados pela corporação e que, provavelmente, têm ligação. Na mira das equipes está um grupo de adolescentes que já esteve envolvido em outras infrações.

— Não dá para adiantar muita coisa. Mas podemos garantir que já identificamos os responsáveis.

Na noite de terça-feira, o carro supostamente usado por um dos grupos de assaltantes foi apreendido. Responsável pelo policiamento ostensivo em uma área que vai de Canasvieiras até o Morro da Cruz, o major Flávio Ivanoski argumenta que a Polícia Militar (PM) tem trabalhado com "força total" para prevenir ações, mas que sofre com a falta de policiais — sem especificar o efetivo, "por questões táticas".

Para o assessor de imprensa da PM, Alessandro Marques, a "onda" de assaltos está ligada a sensação de impunidade entre menores de 18 anos.

— Eles, pessoas que têm menos de 18 anos, estão muito à vontade para cometer os crimes, porque têm a sensação de que nada vai acontecer. Tanto é que essa meninada não faz nem questão de esconder o rosto.

 
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