A briga protagonizada por Neymar e o técnico Dorival Junior nesta semana repercutiu em todo Brasil e até na imprensa internacional. Jornais e sites da Espanha, Portugal e Estados Unidos deram destaque para a indisciplina do atacante santista na partida contra o Atlético-GO. Nem o pedido de desculpas do jogador, um dia depois do jogo, foi suficiente para diminuir a discussão.
A confusão começou quando Dorival impediu Neymar de cobrar um pênalti. O jogador não gostou da ordem do técnico e começou a fazer firulas em campo que irritam até os seus companheiros. Depois disso, atleta e treinador bateram boca.
Problemas comuns
Brigas, discussões e polêmicas entre jogadores e técnicos não são novidades. Aqui no Rio Grande do Sul, os casos são frequentes. Recentemente, dois episódios chamaram a atenção. No Inter, Walter foi afastado do grupo por indisciplina após uma declaração de Jorge Fossati.
No Grêmio, o técnico Silas foi demitido por, entre outras coisas, não conseguir se impor no vestiário. Dias depois da saída dele, o zagueiro Rodrigo também foi dispensado.
Lembre outras polêmicas envolvendo técnicos e jogadores da Dupla:
1999
Celso Roth x Arílson
Arilson abusou das desculpas para os atrasos constantes e desagradou o técnico Celso Roth. Até uma maionese estragada foi motivo para justificar um dos atrasos. O treinador decidiu ser enérgico com o jogador:
— Se ele fizer mais uma, vai para o espaço — resumiu Roth na época, decidido a encerrar o assunto.
Leão x Dunga O capitão do tetra Dunga reclamou do técnico Leão após ficar concentrado três dias para um Gre-Nal e não ser escalado na hora da partida. O volante pegou um táxi e foi embora da concentração. O Inter ameaçou afastar o atleta.
— Nunca usei ninguém de escada para subir na vida. Quando precisaram de mim, naquela hora em que o time tinha obrigação de vencer, esqueceram que estava havia 20 dias parado e sem ritmo de jogo. Na hora do Gre-Nal, do jogo mais importante, me tiraram dos planos — declarou Dunga na época.
2002
Ano de crises no Beira-Rio
O ano de 2002 foi de brigas no elenco colorado. Em um dos episódios, Junior Baiano sumiu após uma partida no Rio de Janeiro junto com o atacante Fernando Baiano. Não se apresentou nem no aeroporto no dia seguinte. Acabou dispensado do clube. No mesmo ano, uma série de casos agitou o Beira-Rio:
> O meia Diogo Rincón reclamou do técnico Ivo Wortmann publicamente ao ser substituído na partida contra o Coritiba, pela Copa Sul-Minas. Chamou o treinador de “louco”.
> O meia Fabiano se recusou a assinar a súmula e a vestir o uniforme do time para um amistoso contra o Santo Ângelo porque não estava escalado como titular.
> O atacante Fábio Pinto ficou na reserva no amistoso contra o Equador e acusou a comissão técnica de tratamento diferenciado entre os jogadores.
> Insatisfeito por ser trocado por Chris momentos antes de um jogo contra o Juventude, pelo Supercampeonato Gaúcho, o zagueiro Ronaldo chamou o técnico Ivo Wortmann de “traíra”.
> Em um sábado, ao ser substituído por Márcio no amistoso com o Criciúma, no Beira-Rio, o atacante Fernando Baiano saiu de campo reclamando e dizendo palavrões para o técnico Guto Ferreira.
> Após um empate em 2 a 2 com o Botafogo, no Maracanã, depois do Inter sair ganhando por 2 a 0, Fernando Baiano e Júnior Baiano, sem pedir dispensa da concentração, passam a noite fora do hotel. Os dois não aparecem no aeroporto para o embarque da delegação no retorno para Porto Alegre.
2003
André dispensado
O então vice-presidente de futebol do Inter Vitório Piffero não tolerou os atos de indisciplina do atacante André e dispensou o jogador. O motivo alegado foi o comportamento fora de campo. Em um domingo à noite, ele se envolveu em um incidente em um bar e foi convidado a se retirar pelos seguranças do local.
Adilson Batista x Emerson e Danrlei
Em um treino pela manhã no Estádio Olímpico, Adilson Batista passava orientações para alguns jogadores. Em certo momento, Emerson não gostou do tom usado pelo treinador e reclamou. O jogador acabou expulso do trabalho.
— Ele falou comigo de um jeito que eu não gostei e respondi. Assim como o técnico exige respeito, o jogador também precisa ser respeitado — disse Emerson na época.
À tarde o desentendimento foi com Danrlei, que se atrasou para a reunião antes do treinamento. O técnico não fazia escondia que sua relação com o goleiro era apenas profissional e não fazia rodeios sobre suas restrições à parte disciplinar da conduta do jogador.
2004
Cláudio Duarte x Fábio Bilica
Depois que uma bola caiu na rua em um lance de treino, Fábio Bilica discutiu com alguns torcedores. O técnico Cláudio Duarte pediu para o jogador não piorar o ambiente, que não era bom no Olímpico naquele ano. O atleta não aceitou e protestou. Os dois discutiram cara a cara. No outro dia Bilica foi dispensado.
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