Esportes | 12/01/2010 09h10min
Quando chegou a Porto Alegre para jogar nas categorias de base do Inter, o lateral-direito búlgaro Stoyan Ninov, 19 anos, precisou superar algumas dificuldades. Não bastava mostrar um bom futebol. Era preciso se adaptar ao estilo de jogo brasileiro e entender o português.
Era dia 21 de agosto de 2009 e ele fazia o caminho inverso ao dos 960 jogadores brasileiros que deixaram o país nos primeiros 10 meses daquele ano, principalmente rumo à Europa, conforme dados da CBF. Ninov saiu do Velho Continente para tentar a sorte no Brasil, e conseguiu um contrato de quatro meses para treinar no Beira-Rio, com possibilidade de renovação por mais três anos.
O contrato de quatro meses termina agora, em janeiro. O futuro do jogador ainda está indefinido. Apesar de confirmar que seu empresário está conversando com a diretoria colorada, comenta-se no clube que ele não permanecerá em 2010.
Stoyan Ninov nasceu em Burgas, cidade do leste da Bulgária. Com 1m80cm, tem como principal característica a força e a marcação. Apesar da habilidade demonstrada nos treinos, costuma avançar pouco ao ataque.
A vida na capital gaúcha
Adaptar-se à capital do Rio Grande do Sul não foi problema para Ninov, acostumado a viver longe de casa desde os 12 anos, quando se transferiu para a Itália. Aqui, a receptividade o ajudou a se habituar à rotina no novo clube:
— Aqui no Brasil, as pessoas são muito abertas. Falam com a gente. Não importa se é estrangeiro — observa.
A comida também agradou o paladar. Familiarizado com a massa da Itália e feijão preto da Bulgária, não estranhou o cardápio servido no refeitório do
estádio.
Sua maior dificuldade no país do futebol foi justamente o estilo
de jogo. Acostumado com a escola europeia, no primeiro treino do Inter se surpreendeu com o ritmo dos garotos das categorias de base:
— Aqui tudo é muito rápido. O ritmo de jogo é rápido. Essa foi minha principal dificuldade — confessa.
O lateral mora sozinho em Porto Alegre, em um apartamento na Rua Padre Cacique. Nas horas vagas, costuma ir ao shopping ou ao cinema com os amigos que fez no Inter. Para matar a saudade da família, usa a internet e o telefone.
Experiência na Itália
Ninov chegou à Itália contratado pela Inter de Milão quando tinha 12 anos. Em 2007, foi emprestado ao Varesi, da segunda divisão italiana. Antes de chegar ao clube gaúcho, voltou ao país-natal e jogou pelo Etar.
Sobre a experiência na Inter, disse ser parecida com a atual, garantindo que o time gaúcho não perde para o italiano em relação às categorias de base:
— Foi como aqui. Um time
grande, com bons jogadores. A experiência foi positiva — falou.
Ao comparar
o futebol brasileiro ao europeu, acredita que chegar ao profissional de uma equipe é mais fácil aqui:
— No Brasil, se você tem talento, condicionamento físico e técnica, é mais fácil assinar com um clube. Na Europa, os jogadores demoram mais para subir para o profissional — explicou.
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