Geral | 07/08/2009 05h03min
A gripe que matou 32 gaúchos e nocauteou cerca de 30 mil pessoas em todo Rio Grande do Sul faz baixas entre profissionais da saúde.
Nos dois principais hospitais do Estado, 214 funcionários afastaram-se de suas atividades com suspeita de ter contraído a gripe A. No Hospital de Clínicas de Porto Alegre, 71 estão com atestado médico e 19 enfermeiras grávidas foram aconselhadas a permanecer em casa. Ontem, a direção da instituição decidiu que todas as gestantes, independentemente do setor,
mantenham-se distante das
funções até que a surto arrefeça.
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– Não sabemos quantas gestantes serão, porque o setor de recursos humanos enviou e-mail para o pessoal hoje (ontem). É uma decisão difícil, mas as grávidas fazem parte do maior grupo de risco para a nova gripe – diz Sergio Pinto Ribeiro,
vice-presidente médico do Hospital de Clínicas.
No Grupo
Hospitalar Conceição, o maior do sul do Brasil, 143 funcionários gripados recuperam-se em suas residências.
– Vamos remanejar as 30 gestantes para áreas do Grupo em que não tenham contato com pacientes de risco. Nós estudamos outras medidas – diz o assessor Médico da Superintendência, Neio Lúcio Fraga Pereira.
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, das cerca de 80 mil gestantes do Estado, 55 têm suspeita de gripe A – 11 delas permanecem internadas em UTIs. Quatro grávidas já morreram em decorrência de complicações da nova gripe. Ontem, o secretário Osmar Terra anunciou que 340 leitos da Casa da Gestante – espaço criado em hospitais para receber pacientes de risco – receberão grávidas com gripe.
Médicos, técnicos e enfermeiros de emergências como Gleide Simas Custódio Khan, 39 anos, são mais vulneráveis. Funcionária do Conceição, ela contraiu o vírus da gripe em junho.
– Comecei a apresentar sintomas como tosse seca, calafrios
e dor no corpo lá pelo dia 27. É uma gripe
forte e um pouco diferente da normal. Tive febre de 38°C e um pouco de falta de ar – recorda a enfermeira, que atendia uma média de 50 pacientes por dia.
Saudável, Gleide recuperou-se após uma semana acamada, alimentação adequada e muito líquido. Em Passo Fundo, onde 10 pessoas já morreram, o corpo clínico do Hospital São Vicente de Paulo – o principal da região norte do Estado – permanece apreensivo.
– No início, muitas pessoas pensavam em deixar o emprego. Agora, as coisas estão voltando ao normal – relata um enfermeiro que trabalha no Hospital São Vicente de Paulo, mas que pediu para não ser identificado.
Na fronteiriça Uruguaiana, 31 funcionários da Santa Casa foram afastados com suspeita de gripe A. De acordo com a diretora administrativa da instituição, Ana Maria Del Lito, além da equipe de saúde, integrantes do setor jurídico e administrativo também apresentam sintomas.
– A população deve ficar tranquila porque contratamos
mais gente para suprir a defasagem de pessoal. No
geral, as pessoas ficam de cinco a sete dias de atestado – diz.
Conforme Ana Maria, funcionários começaram a apresentar atestados a partir do dia 21.
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