A greve no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pegou algumas pessoas de surpresa na manhã desta terça-feira em Porto Alegre. O posto onde ocorrem todas as perícias médicas, na Avenida Bento Gonçalves, 867, no bairro Partenon, foi o local mais procurado pela população. Dezenas de pessoas formaram fila desde o início da manhã, mas logo tiveram de deixar o local, ao saberem que não haveria atendimento.

Edi Kautzmann Halis, 54, trabalhou em lavouras em Arroio do Tigre. Vivendo em Porto Alegre há 11 anos, ela enumera os problemas que se acumularam durante sua atividade na roça: pressão alta, coluna arrebentada, osteoporose. Agora ela busca o INSS para garantir aposentadoria por tempo de serviço, mas está difícil. Chegou por volta das 8h ao posto da Bento Gonçalves, onde esperou por uma hora. Depois, foi embora.

— Faço 55 anos em 13 de outubro. A advogada mandou encaminhar há dois anos minha aposentadoria por tempo de serviço, mas já me negaram duas vezes a perícia.

Elias Ricardo Trentin, 36, remarcou sua última consulta, no início deste mês, porque o prédio da Bento estava sem água. Quando retornou, hoje, havia a greve. Ele pede reconsideração sobre a negação de uma perícia.

— Tenho um problema vascular na perna esquerda. Meu médico disse que eu poderia trabalhar só depois da operação.

A assessoria de comunicação do INSS na Capital concordou que a paralisação na unidade do Partenon é a que mais atinge a população, pois faz todas as perícias. O problema da falta de água no prédio foi contornado, conforme a assessoria. Quanto à greve, porém, não se sabe até quando vai.

A paralisação no INSS é nacional. Os trabalhadores protestam contra a proposta de aumentar a jornada de trabalho para 40 horas semanais ou manter a carga atual com uma redução proporcional de 25% nos salários. Hoje, a maioria dos servidores tem uma jornada semanal de 30 horas. O INSS afirmou que a nova jornada é resultado de acordo estabelecido com os trabalhadores.

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