A redução do diesel em 9,6% nas bombas dos postos de combustíveis, anunciada nesta segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, trouxe pouco impacto para os transportadores. A medida, apontada por Mantega como anticrise e que passou a vigorar a partir da meia-noite desta terça-feira, é vista com pé no chão por proprietários de empresas freteiras.

Para José Lopes, diretor da Sideral Transportes LTDA, a redução da bomba de diesel será benéfica não em relação a faturamento, mas na aquisição de novos funcionários. Empresa de médio porte, a Sideral possui uma frota com 22 carretas e trabalha há 19 anos no ramo. Com a crise, Lopes teve de se desfazer de um mecânico e um ajudante de mecânico, um borracheiro e um lavador. O valor descontado pelo governo será utilizado ainda em manutenção.

Confira em vídeo o que muda com a queda do preço do diesel:

— Por mês, esse dinheiro dá para uns seis funcionários, que com o salário e encargos já se vai o valor — explica Lopes.

— O resto seria uma recapagem de pneus e uma melhorada em um dos caminhões — completa.

Com apenas dois caminhões, Valdir Ramos Felix administra a Transportes Michigan LTDA ao lado do filho, Mateus. Ainda não fez as contas "na ponta do lápis" de quanto entrará a mais no final do mês com os 9,6% de redução anunciados pelo governo. O transportador projeta um aumento de R$ 200 a R$ 300 reais mensais. Com isso, poderá trocar o veículo que há 22 anos o acompanha dia a dia.

— Pode não ser um valor muito alto, mas, no final do ano, dá uma grana alta — projeta.

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