Na noite desta quarta-feira a torcida da dupla Gre-Nal estará mais uma vez mobilizada para apoiar Grêmio e Inter nos seus desafios na Libertadores e na Copa do Brasil. Pelo menos em uma rua da Capital, a divisão dos torcedores estará bem demarcada. É no asfalto da Rua Louvre, no bairro Jardim Itu Sabará, que os moradores decidiram mostrar sua paixão.

No cruzamento da Louvre com a Cruz e Souza, foi pintado o símbolo colorado, e um pouco adiante, no cruzamento com a Antônio Álvares Pereira Coruja, está estampado o do Grêmio. Apesar da rivalidade, vermelhos e azuis garantem que convivem em clima de harmonia e respeitam o brasão alheio.      

O vendedor colorado Fabio Giordano Dias, 28 anos, faz questão de destacar que foi dele a ideia de pintar na rua o símbolo do Inter, em 2006, e que este surgiu primeiro do que o do rival — pintado em 2007.    

— Quando o Inter estava chegando na final da Libertadores, eu fiz uma promessa que, se o time ganhasse, faria o símbolo na rua. Desenho desde pequeno e não foi difícil — explica sobre a imagem de cerca de oito metros de diâmetro.

Segundo ele, a tinta branca é de marcação, mesma usada na pintura de faixas de segurança, e a vermelha é automotiva. O material não é barato. Para reforçar a imagem de tempos em tempos, Dias conta que gasta cerca de R$ 600. O dinheiro é coletado com outros colorados da região, que também ajudam a pintar — o trabalho leva até três dias para ficar pronto. 

— A gente gasta um dinheiro considerável, mas vale a pena. É tudo pela paixão e pela brincadeira — afirma Dias, que garante que o símbolo deu sorte para os colorados.

— Para os gremistas, o símbolo ainda não deu sorte. Para nós foi o contrário. Já ganhamos o Mundial e muitos outros títulos. Neste ano, vamos levar mais a Copa do Brasil — alfineta.

O gremista Gian Franco Isidoro Castrogiovani, 24 anos, rebate a provocação do amigo colorado. Ele admite que o símbolo do Inter surgiu primeiro, mas diz que em 2009 será a vez do Grêmio ser beneficiado.

— Espero que esse ano dê sorte e que o Grêmio não pegue o Boca (Juniors) na final de novo (risos). A mobilização de torcedores na rua está grande. Aqui é cada um no seu canto e um não mexe no símbolo do outro. A relação é tranquila entre colorados e gremistas — garante.

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