| 30/10/2008 18h02min
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira, que não há ativos podres sendo negociados por bancos públicos brasileiros. O ministro participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado onde discute a Medida Provisória (MP) 443 que dá poderes para a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil comprarem participação em outras instituições financeiras.
— Não há ativos podres sendo negociados. Eu me responsabilizo por isso — afirmou.
Ele enfatizou que os bancos públicos estão proibidos de comprar carteiras que não estejam saudáveis, sob pena de responsabilização de seus diretores.
— Os bancos públicos não estão comprando carteiras com problemas. Na verdade, eles são mais rigorosos do que os bancos privados — reforçou.
Mantega lembrou que o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) deve ficar com algum "osso" (carteira de baixa qualidade), caso isso apareça.
— Pode aparecer
algum "osso", e ele deve ficar com o FGC, que tem mais
liberdade para recuperar uma carteira que é recuperável.
O ministro também disse que aceita discutir o estabelecimento de um prazo do poder dado pela MP 443.
— Pode ser colocado um prazo. A solução pode ser esta.
Mantega negou qualquer intenção estatizante na edição da MP, embora reconheça que os parlamentares não acreditarão nessa versão. Ele lembrou que é isso o que está ocorrendo nos países desenvolvidos, mas ressaltou que a situação naquelas economias é bem diferente da brasileira. O ministro também disse não gostar da idéia de o Tesouro Nacional fazer diretamente operações de salvamento de bancos.
— É muito mais complicado fazer com o Tesouro porque uma operação financeira se tornará uma operação fiscal — argumentou.
Ele destacou que quando os bancos públicos eventualmente comprarem outras instituições será uma operação comercial, objetivando ganhos. Na audiência pública na CAE, no Senado, o ministro
também afirmou que não gosta da idéia de promover leilões para
a compra de instituições financeiras. De acordo com Mantega, isso levaria tempo, o que poderia fazer com que uma situação de problema de liquidez se tornasse definitivamente de insolvência.
Entenda a crise
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