| 08/08/2008 18h46min
Mesmo afirmando querer evitar polêmica com os militares, o ministro da Justiça, Tarso Genro, defendeu hoje a abertura dos arquivos dos órgãos de segurança das Forças Armadas que funcionaram na ditadura, considerados possíveis fontes de informações sobre arbitrariedades ocorridas no período:
— Temos que verificar as mudanças que devem ser feitas na lei, porque tudo tem que ser feito dentro do Estado de Direito e protegendo as questões que são de interesse do Estado. Agora, isso é uma necessidade. A história deve ser conhecida por todo mundo — defendeu.
Duramente atacado ontem em reunião no Clube Militar, no Rio de Janeiro, por defender o julgamento dos torturadores que atuaram no regime militar, ele ironizou os militares ao afirmar que não se sentirá constrangido com a divulgação das informações naquela época:
— Não há problema em divulgar minha ficha. Ela não é novidade para ninguém. É uma ficha aberta e me orgulho muito dela — disse o ministro.
Tarso tentou evitar polemizar
com os militares que se reuniram ontem no Clube — a maioria era da reserva, mas havia também oficiais da ativa, como o comandante Militar do Leste, general Luís Cesário da Silveira:
— Esse assunto (a eventual punição dos torturadores) está encerrado. O Ministério da Justiça já se pronunciou — afirmou.
Mas, ao ser questionado sobre as declarações do ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça Waldemar Zveiter, que conclamou os militares a um movimento pela demissão de Tarso, o ministro foi irônico:
— Acho que eles tem direito de fazer isso, porque nós estamos em uma democracia. Se fosse em uma ditadura, quem fizesse uma manifestação como esta poderia ser cassado — provocou.
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