A falta de efetivo impede a Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage) de analisar as contas do Banrisul, Corsan e CEEE. As três empresas são citadas em gravação feita pelo vice-governador Paulo Feijó com o ex-chefe da Casa Civil César Busatto. A fita gerou uma nova crise no governo Yeda. 

Segundo o diretor da Cage, são apenas 18 auditores que fazem toda a auditoria na administração indireta. As irregularidades no Detran, no entanto, foram identificadas, e os secretários do governo Rigotto foram avisados desde 2004. No entanto, nenhuma providência teria sido tomada para barrar os serviços sem licitação, como relatou o diretor Roberval da Silveira Marques, em entrevista ao Conversas Cruzadas na noite passada, na TVCOM.

Os relatórios são feitos ano a ano, e cinco cópias da auditoria internas são distribuídas: para o diretor da autarquia, para o secretário que o órgão está vinculado, para o chefe da Casa Civil, e duas são levadas para o Tribunal de Contas do Estado.

O presidente do Sintaf, entidade dos auditores fiscais, diz que falta vontade política de muitos indicados de fornecer até mesmo dados oficiais para a Cage. Carlos Agostini lamenta que os relatórios produzidos não costumam ser levados a sério. Ele defende uma mudança no sistema, e maior autonomia para os auditores das finanças, e um órgão de controle interno mais forte, vinculado ao gabinete da governadora.

O chefe da Casa Civil no governo Rigotto, o deputado Alberto Oliveira, afirma que era a direção do Detran quem deveria ter tomado providências.

Segundo o diretor da Cage, em nenhum momento houve resposta para os questionamentos feitos pelos auditores. Segundo ele, o desvio de R$ 40 milhões poderia ter sido evitado.