| 10/06/2008 05h03min
Menos de 24 horas depois de pedir a expulsão do vice-governador Paulo Feijó do partido, senadores do DEM resolveram baixar o tom. Depois da intervenção de líderes nacionais, o senador Heráclito Fortes (PI) desistiu de entregar um requerimento à presidência da legenda na tarde de ontem.
Candidato à prefeitura de Porto Alegre, o deputado do DEM Onyx Lorenzoni promete dedicar o dia de hoje à defesa de Feijó. Até o desembarque do vice-governador em Brasília estava sendo cogitado.
— Feijó é um homem de diálogo. Se julga necessário, ele vai — disse Onyx.
Consideradas exageradas por alguns setores do partido, as declarações de Heráclito serviram de resposta à cobrança dos tucanos. Logo que estourou o escândalo da conversa gravada com o ex-chefe da Casa Civil Cézar Busatto (PPS), a cúpula do PSDB se mobilizou.
Não haverá segunda chance, diz presidente do Democratas
Envolvido em negociações com o DEM
sobre possíveis alianças municipais — e a costura do acordo para 2010 — ,
os presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), ligou para o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), exigindo uma reação. Os democratas logo se dividiram em duas tendências: uma que prega a expulsão e outra que prefere uma pena mais branda, como uma advertência.
Assustado com as declarações dos colegas de partido, Onyx passou a noite de domingo em uma operação abafa. Ligou para o ex-presidente do partido Jorge Bornhausen (SC) e para Maia, pedindo pela manutenção de Feijó no partido.
— O Heráclito não conhece o Feijó. Na política, o grampo é abominável, mas a população dá apoio ao vice-governador — argumentava Onyx.
A articulação teve efeito. Heráclito adiou o pedido de expulsão, mas avisa que não vai desistir de entregar a proposta durante o encontro da executiva amanhã, em Brasília. Caso a sugestão seja aceita, um relator será designado para o caso.
O presidente do DEM faz questão de deixar claro que o partido não aprovou
o fato de Feijó ter gravado a conversa com
Busatto. O descontentamento geral no DEM pode agravar a situação do vice-governador durante a reunião da executiva.
— É um método deplorável. Não haverá uma segunda oportunidade para ninguém em relação a esse tema — afirma Maia.
Confira reportagens, áudios e vídeos sobre a crise no Piratini
Feijó disse que não espera mudanças na relação com a governadora após divulgação de escutas
Foto:
Ricardo Duarte
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.