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 | 21/10/2005 19h04min

Técnico do Mapa acredita que Brasil perderá liderança em exportações

Carlos Magno, coordenador do grupo de emergência contra aftosa, participou de entrevista no Agrol

O coordenador do Grupo de Emergência contra a Aftosa criado pelo Ministério da Agricultura (Mapa) logo após a identificação de focos de aftosa em Mato Grosso do Sul, Carlos Magno, afirmou nesta sexta, dia 21, que o Brasil deve perder a posição de maior exportador mundial de carnes após a doença. Magno participou de entrevista online no Agrol e respondeu a perguntas de jornalistas do site e internautas.

Confira a íntegra da entrevista:

Pergunta: Qual a origem mais provável dos focos de aftosa em Mato Grosso do Sul? Regiões próximas no Paraguai apresentam a doença?

Carlos Magno: Antes de começar esta conversa gostaria de esclarecer aos convidados que eu sou apenas o Coordenador do Grupo de Emergência. Sou engenheiro agrônomo, e as informações que eu passar a voces são aquelas que os colegas médicos veterinários repassam a mim. O nosso grupo tem a finalidade de debater idéias e a aí sim os especialistas de cada área do Ministério da Agricultura se fazem representar. Esclarecido isto, vamos à resposta. A origem do foco está sob investigação. Não há qualquer resultado. Segundo os colegas da área, este processo leva um pouco de tempo.

Pergunta: Já existem hipóteses sob investigação?

Carlos Magno: Obviamente que sim, mas como estão estão em investigação não se pode especular sobre isto ainda.

Pergunta: Quanto o governo imagina gastar para conseguir erradicar o foco de aftosa no MS?

Carlos Magno: É muito cedo para se especular sobre valores. Segundo colegas que vivenciaram experiências no passado, em episódio Jóia no Rio Grande do Sul, somente depois de uns 30-45 dias poder-se-ia falar alguma coisa mais concreta sobre o assunto.

Pergunta: O senhor acha que o sistema de defesa sanitária está preparado para emergências sanitárias?

Carlos Magno: O nosso Departamento de Saúde Animal, juntamente com a instituição Estadual de Defesa Agropecuária do MS (Iagro), tomaram todas as medidas cabíveis para o caso, e de forma bastante rápida. Todas as comunicações aos organismos Internacionais, exemplo, a OIE, PanAftosa, e aos nossos parceiros comerciais foram realizadas.

Pergunta: O Ministério da Agricultura tem algum projeto para melhorar a estrutura do serviço de defesa sanitária no Brasil?

Carlos Magno: Estamos em constante contato com o MS, via a nossa Superintendência lá no MS e tudo que é possível fazer estamos fazendo, cada um dentro da sua área e responsabilidade institucional. Estamos em perfeita sintonia com as instituições locais. Mas, cada um no seu papel.

Pergunta: Existe risco de contaminação de outras regiões através do transporte de produtos de origem animal de Mato Grosso do Sul?

Carlos Magno: Segundo os especialistas, não existe, pois todas as medidas sanitárias foram tomadas, como proibição do trânsito e comercialização de animais suscetíveis à febre aftosa, e de seus produtos e subprodutos,  e foram implantados 13 postos de fiscalizaçaõ naqueles cinco municípios interditados.

Pergunta: Será que esse foco trará efeitos positivos (diante de tantos prejuízos) para a visão pública para com o serviço de defesa sanitária?

Carlos Magno: Acredito que temos que tirar uma grande lição deste triste episódio. Provavelmente deixaremos de ser o maior exportador de carne do mundo. Espero que em todos os segmentos tomemos consciência de que defesa agropecuária não é mais uma área importante, e sim, passa a ser estratégica para qualquer país.

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