| 17/10/2005 15h56min
Para o presidente do Inter, Fernando Carvalho, a volta de Luiz Zveiter à presidência do STJD, não deve mudar o rumo das decisões em relação à revogação da anulação das 11 partidas apitadas por Edílson pereira de Carvalho.
– Não vejo como porque a decisão do STJD já está tomada e seu afastamento não decorreu das pressões que está recebendo, mas sim foi uma estratégia para que o Tribunal como um todo referendasse a sua atitude – afirmou o presidente colorado em entrevista online ao clicRBS, na tarde desta segunda.
Luiz Zveiter pediu o seu afastamento do comando do Superior Tribunal de Justiça Desportiva na última sexta, dia 14, com previsão de volta para somente daqui duas semanas. No entanto, no início da tarde de hoje – pouco antes de se iniciar a entrevista com o presidente Carvalho – foi noticiada a volta de Zveiter.
Fernando Carvalho afirmou ainda acreditar na reversão da decisão anunciada pelo presidente do STJD, já que o Ministério
Público do Rio de Janeiro, além da OAB além de
sindicatos, se posicionaram em favor dos clubes que reclamam a reversão e querem a análise de cada jogo.
E, no caso de uma possível derrota na batalha com o STJD, Carvalho afirmou que o Inter não considera a hipótese de abandonar o Brasileirão, já que mesmo que siga sem os pontos da vitória sobre o Coritiba, o time ainda será candidato a uma das vagas na Libertadores 2006.
Questionado sobre a polêmica envolvendo uma possível negativa do STJD em mostrar os autos ao diretor jurídico do Inter, Daniel Cravo – afirmação que é negada por Zveiter – Carvalho foi enfático:
– O Dr. Zveiter falta com a verdade. Temos testemunho do repórter Sérgio Guimarães que assistiu ao momento em que os autos foram negados. Na época o mesmo Zveiter declarou que o processo era em sigilo de justiça e por isso não poderia fornecer todas as peças que nele se continham. Há uma tentativa clara do STJD passar para a opinião pública uma situação de ter agido com lisura e correção,
fato que não ocorreu, pois o que
tentaram fazer foi atrasar as ações dos clubes, buscando reversão da decisão, e com isso procurando tornar consumada a realização das onze partidas pela segunda vez – afirmou Carvalho.
Na noite desse domingo, Fernando Carvalho participou de um programa de TV, onde travou um acalorado debate com um dos procuradores do STJD, Paulo Schmidt. Na ocasião, o procurador chegou a ameaçar interditar o Beira-Rio em caso de protestos violentos da torcida. Carvalho, porém, estar tranqüilo, já que os colorados tem colaborado para o Inter não seja prejudicado neste sentido. Mas não deixou de criticar o Tribunal:
– O STJD tanto através dos juízes gosta de ameaçar para inibir as suas decisões. Mas nós do Inter não tememos este tipo de ameaça, principalmente pela conscientização da nossa torcida de que eles estão de olho em algum deslize nosso, e também porque os nossos protestos têm sido visuais, cara-de-palhaço, nariz de palhaço, faixas apontando quem efetivamente causou caos no
campeonato: o Tribunal –
afirmou o dirigente colorado.
Pergunta: O Inter encabeçou uma reação à decisão de anulação das 11 partidas pelo STJD. Hoje, o Colorado pode ganhar mais um “aliado”, caso o Ministério Público do Rio ingresse com liminar pedindo a suspensão decisão do presidente do STJD. O senhor acredita nesta possibilidade?
Fernando Carvalho: Acredito, pois as teses que são defendidas pelo MP são idênticas às nossas, porém o julgador não será o dr. Zveiter.
Pergunta: O site Globo Esporte.com acabou de noticiar que Luiz Zveiter reassumiu a presidência do STJD. Isso pode atrapalhar os planos do Inter?
Fernando Carvalho: Não vejo como porque a decisão do STJD já está tomada e seu afastamento não decorreu das pressões que está recebendo, mas sim foi uma estratégia para que o Tribunal como um todo referendasse a sua atitude.
Pergunta Internauta: Presidente, o David Coimbra iniciou
ontem a campanha Fernando Carvalho 2007, 2008. Eu, como sócio, volto a ser seu
cabo eleitoral. Existe como mudar o estatuto para o senhor continuar?
Fernando Carvalho: Esta é uma questão que deve ser discutida internamente no Conselho Deliberativo e também no seio da torcida.
Pergunta Internauta: Presidente Carvalho, sou gremista, mas não posso deixar de elogiar a sua competentíssima administração. Gostaria de saber quando o senhor começou a carreira como dirigente.
Fernando Carvalho: Comecei em 1982 como advogado do Inter, e de lá para cá passei por todos os setores da administração do clube me preparando para chegar à Presidência.
Pergunta Convidado: Presidente, o que comentar sobre a "ameaça" feita pelo procurador do STJD ao senhor do programa Terceiro Tempo de que o Beira-Rio poderia ser interditado em caso de qualquer problema da torcida?
Fernando Carvalho: O STJD tanto através dos juízes gosta de ameaçar para inibir as suas decisões. Mas
nós do Inter não tememos este tipo de ameaça, principalmente pela
conscientização da nossa torcida de que eles estão de olho em algum deslize nosso, e também porque os nossos protestos têm sido visuais, cara-de-palhaço, nariz de palhaço, faixas apontando quem efetivamente causou caos no campeonato: o Tribunal.
Pergunta: E o clube fará alguma ação para reforçar esta conscientização da torcida?
Fernando Carvalho: Sim, permanentemente nós temos contatos com nossos associados e torcedores no sentido de conscientiza-los, porque a manutenção do mando de campo é fundamental na busca do título que vamos perseguir até o final.
Pergunta Internauta: Presidente Carvalho, o senhor planeja concorrer ao cargo de deputado federal, ou são apenas boatos?
Fernando Carvalho: Não planejo concorrer, não tenho ficha em nenhum partido e inexiste prazo para afiliação. Para concorrer para deputado teria que abandonar a presidência do clube na metade do ano que vem fato impensável,
para mim.
Pergunta Internauta: Presidente, o
senhor acredita que há chance real de reverter a situação da anulação dos 11 jogos?
Fernando Carvalho: No início era uma situação muito difícil, porém, agora como a opinião pública acabou ficando do nosso lado, diante de processos movidos pela OAB, pelo Ministério Público e por Sindicatos tenho esperança real de alteração em nosso favor.
Pergunta: O diretor jurídico do Inter, Daniel Cravo, foi à sede do STJD no Rio para buscar os autos do processo, porém não teve acesso. O presidente afastado Luiz Zveiter, no entanto, nega que tenha sonegado as informações. Afinal, o que aconteceu?
Fernando Carvalho: O dr. Zveiter falta com a verdade. Temos testemunho do repórter Sérgio Guimarães que assistiu ao momento em que os autos foram negados. Na época o mesmo Zveiter declarou que o processo era em sigilo de justiça e por isso não poderia fornecer todas as peças que nele se continham.
Pergunta
Internauta: Presidente, como eu, o senhor acha que essa onda de
violência no Campeonato Brasileiro está sendo causada ainda pelo efeito Zveiter?
Fernando Carvalho: Não tenho dúvida nenhuma sobre a violência, pois até o jogo contra o Fluminense as ocorrências eram normais e, o fato de ocorreram as alterações no resultado em campo sem provas da interferência maléfica do árbitro causou revolta nos torcedores, daí as revoltas.
Pergunta Internauta: Presidente, gostaria de saber porque Brigada Militar proíbe a entrada de faixas de incentivo ao clube, temos uma 'força Inter' que inclusive esteve presente no Fortaleza x Inter, mas não nos deixaram entrar em Inter x Rosario Central, e gostaríamos de leva-la para Inter x Boca.
Fernando Carvalho: A BM impede o ingresso de mastros possam ser utilizados como instrumentos de violência. Faça um contato com a nossa administração para viabilizarmos o pedido da Força Inter para o jogo contra o Boca.
Pergunta Internauta::
Presidente, se as tentativas de reverter a situação atual
forem frustradas, existe a possibilidade do Inter, juntamente com outras equipes, entrarem na justiça comum?
Fernando Carvalho: Neste momento não pensamos em Justiça Comum, somente o faremos após o julgamento definitivo dos processos como nos garante a justiça brasileira.
Pergunta Convidado: Presidente, ao final de todas as tentativas, se o Inter não conseguir reverter a decisão do STJD, os clubes que entraram com a ação podem abandonar a competição ou não existe essa possibilidade?
Fernando Carvalho: Não existe a possibilidade de abandono, pois mesmo assim somos postulantes à Libertadores, os demais clubes cada um têm sua ambição.
Pergunta: Presidente, até que ponto o anúncio da anulação das 11 partidas, feito na manhã de um domingo de rodada, prejudicou os jogadores na partida contra o Fluminense. O técnico Muricy Ramalho chegou a reclamar disso.
Fernando
Carvalho: O prejuízo foi imenso, não só para os jogadores que entraram abatidos
para disputar o clássico, abatimento visível até na comemoração do gol do Rentería. Preparo envolve técnica, física e questão anímica, esta última extremamente prejudicada.
Pergunta Internauta: Presidente, qual a intenção do procurador, presente ontem na TV Record, em negar o fato de os autos terem sido negados ao advogado do Inter?
Fernando Carvalho: Há uma tentativa clara do STJD passar para a opinião pública uma situação de ter agido com lisura e correção, fato que não ocorreu, pois o que tentaram fazer foi atrasar as ações dos clubes, buscando reversão da decisão, e com isso procurando tornar consumada a realização das onze partidas pela segunda vez. Tal estratégia foi desmascarada e eles foram obrigados a fornecer o processo, só que o fizeram depois que o recurso dos clubes já fora ajuizado, o que causou evidente prejuízo.
Pergunta Internauta: Presidente, caso não haja a reversão da decisão do Zveiter, e fique
difícil a conquista do brasileiro, há a
possibilidade de priorização da Sul-Americana?
Fernando Carvalho: Nesse momento não pensamos em priorizar, até porque a diferença mesmo com a falcatrua é possível mesmo sem a reversão.
Pergunta: Qual o objetivo do Inter e dos outros clubes que o senhor você representa? É a reversão de todos os jogos anulados ou apenas de alguns? Isso não deixaria o campeonato ainda mais desacreditado, já que alguns jogos já foram repetidos?
Fernando Carvalho: O que nós buscamos é a reversão do despacho inicial, analisando jogo a jogo.
Pergunta Convidado: E a posição do presidente do Vasco, Eurico Miranda, que pediu uma nova anulação do jogo diante do Figueirense, apitado por Simon? A anulação das onze partidas não pode banalizar essa ação? Todo clube que se sentir prejudicado pedirá anulação?
Fernando Carvalho: Esta questão do Vasco é uma conseqüência da decisão do tribunal, se for
possível anular onze jogos, situação que a Fifa coíbe no caso cabal, os
aproveitadores estarão em situação de a todo momento recorrerem ao judiciário com desculpas esfarrapadas.
Pergunta Internauta: Presidente, por que você não pede para o Paulo Schmidt comprovar os supostos milhões de e-mails que ele diz que o STJD recebeu apoiando a decisão estapafúrdia que eles (Zveiter) tomaram?
Fernando Carvalho: Não é necessário este procedimento, pois a credibilidade de Paulo Schmidt e do STJD, perante a opinião pública diante das denúncias é muito pequena.
Pergunta Convidado: Presidente, até onde o Inter vai neste caso? Quais são os limites dessa tentativa de reverter as anulações?
Fernando Carvalho: Nós pretendemos que a decisão seja tomada na Justiça Desportiva, porém existem entidades tomando posições que podem nos ajudar neste caso.
Pergunta: Ontem o técnico do Vasco, Renato Portalupi, velho conhecido dos gaúchos, reclamou da
arbitragem, afirmando que, pelo fato de o Inter estar fazendo bastante barulho,
estaria sendo favorecido. Qual a sua opinião sobre isso?
Fernando Carvalho: Nós não fizemos nenhum barulho contra as arbitragens e sim contra o tribunal.