| 13/09/2005 17h08min
Em seu depoimento na CPI dos Bingos, a deputada estadual do Rio de Janeiro Cidinha Campos (PDT) afirmou que o mensalão começou na Assembléia Legislativa do Estado (Alerj) por iniciativa do então deputado estadual Carlos Rodrigues, mais conhecido como Bispo Rodrigues, que era do PL. A denúncia já tinha sido feita pelo deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ).
Carlos Rodrigues renunciou ontem ao mandato de deputado federal. Ele é um dos 18 parlamentares cujos nomes foram enviados ao Conselho de Ética para processo por quebra de decoro por envolvimento no mensalão. Com a renúncia, ele escapa do processo.
A deputada estadual fluminense listou os parlamentares da Alerj, que, segundo ela, eram obrigado a doar parte dos salários ao então deputado federal Carlos Rodrigues (PL-RJ). Todos pertenceriam a bancada evangélica da Assembléia Legislativa: Jorge Nascimento, Mauro Luís, Magali Machado, Haroldo MacedoPastor Divino, Armando José e Valdeci de Paiva.
– Era um mensalão (o da Alerj), mas um mensalão esquisito. Porque os deputados (do PL e alguns outros partidos) não recebiam dinheiro de fora, mas tinham que dar dinheiro para o Bispo Rodrigues. Todos tinham que dar e aqueles que não deram e se rebelaram perderam seus mandatos. Todos, inclusive o deputado Valdeci (Paiva, do PSL), que foi morto (em 2003, numa emboscada). Ele não queria mais dar dinheiro para o Bispo Rodrigues. Foi morto – afirmou Cidinha .
A deputada disse que os deputados vão negar a história, que, segundo ela, porém, é verdadeira:
– Eles podem até negar porque isso vai mostrar uma fragilidade pessoal. Fortalece entre aspas a igreja (Universal), mas enfraquece o deputado como dono do seu mandato – afirmou.
AGÊNCIA O GLOBO