| 11/07/2005 18h38min
As autoridades do Paraguai irão ao Mercosul ou à Organização Mundial do Comércio caso o governo brasileiro não regularize, ainda nesta semana, a entrada de gado paraguaio no país, segundo afirmou hoje Hugo Corrales, diretor do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa, na sigla em espanhol).
Corrales disse que o Brasil vetou a entrada de gado, embriões, e produtos e derivados de carne do Paraguai, apesar de o país ter recuperado o estado de livre de febre aftosa em 19 de janeiro passado.
– Estamos negociando com o serviço de veterinários e produtores, mas se a abertura não for conseguida no transcurso da semana, vamos passar a outra instância, a chancelaria para uma reclamação forte perante o Mercosul ou à OMC – afirmou Corrales.
O Mercosul – bloco formado também por Argentina e Uruguai – prevê mecanismos que as autoridades de Assunção pretendem invocar, já que as autoridades brasileiras foram informadas da nova situação do Paraguai através de Organização Mundial de Saúde Animal.
O diretor de Senacsa disse que não deveria haver mais impedimentos para a circulação de gado bovino, como os impostos pelo Brasil após um foco de aftosa ter sido detectado em outubro de 2002 em um sítio paraguaio próximo à fronteira brasileira. Acrescentou que o serviço veterinário de seu país quer regularizar logo a situação, devido ao comércio irregular de gado e subprodutos de carne bovina registrado ao longo dos 800 quilômetros da fronteira entre os dois países.
Corrales atribuiu o atraso aos trâmites burocráticos no Brasil, mas disse que deve haver uma forte pressão dos produtores brasileiros. Corrales acrescentou que, como no Paraguai o custo de produção é mais baixo, os criadores brasileiros temem uma queda dos preços internos.
As informações são da agência EFE.