| 25/06/2005 15h10min
Documentos do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) publicados na revista IstoÉ desta semana revelam que, de julho de 2003 a maio de 2005, saíram das contas das agências de publicidade SMP&B e da DNA Propaganda R$ 20,9 milhões em dinheiro vivo, em agências do Banco Rural de Belo Horizonte. As agências pertencem ao publicitário Marcos Valério de Souza, apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como um dos operadores do mensalão. Segundo a reportagem, essas transações já são do conhecimento do Ministério Público Federal de São Paulo e do Ministério Público Estadual de Minas Gerais.
Segundo os documentos, de julho de 2003 a maio de 2005 saíram das contas da SMP&B e da DNA, em dinheiro vivo, R$ 20,9 milhões. A revista cita ainda uma fonte do Banco Rural que explica que foram 103 saques na boca do caixa, o que daria uma média de uma retirada semanal em valor acima de R$ 100 mil.
Segundo a reportagem, o Ministério Público e a Polícia Federal já identificaram pelo menos duas pessoas que faziam os saques: a funcionária da SMP&B Geiza Dias dos Santos e Alexandre Vasconcelos Castro, dono da Express, uma empresa de cobrança e factoring.
A revista afirma que os procuradores sabem que pelo menos R$ 2 milhões foram retirados por Geiza. A funcionária já fora apontada pela ex-secretária de Marcos Valério Fernanda Karina Somaggio como uma das pessoas que sacariam dinheiro no Banco Rural para o publicitário. A revista destaca ainda que a funcionária não quis dar entrevista.
Já a firma de Castro tem como fachada uma loja de bicicletas na Avenida Assis Chateaubriand, no bairro Floresta, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte. Aos jornalistas, ele, inicialmente, negou qualquer relação com os saques no Banco Rural. Disse que, em 2003, teve os documentos roubados e que eles poderiam estar sendo usados por algum falsário. Castro, porém, acabou admitindo que, em 2003, fazia centenas de saques nas agências do Rural.
Os procuradores e promotores, porém, disseram ter conhecimento de que outras pessoas faziam saques para as agências de publicidade.
Com informações do Globo Online.