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A Secretaria Especial de Direitos Humanos informou nesta quinta, dia 21, que as fotos divulgadas pela imprensa de um prisioneiro político na década de 1970 não são do jornalista Wladimir Herzog, morto em 1975 nas dependências do Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi) em São Paulo. Em nota divulgada à imprensa, o ministro Nilmário Miranda afirmou que a conclusão foi tirada após a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ter feito perícia sobre as fotos.
– Elas (as fotos) são produto de uma investigação ilegal conduzida no ano de 1974 pelo antigo Serviço Nacional de Informações (SNI). Por violar a vida privada dos fotografados, estou impedido, moral e legalmente, de revelar os nomes das pessoas na fotografia – afirmou o ministro.
Segundo a nota, foram comunicados do resultado do levantamento da Abin os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça), além da viúva do jornalista, Clarice Herzog. No último domingo, o jornal Correio Braziliense trouxe na capa duas fotos, que seriam de Herzog, pouco antes de ter sido morto no Doi-Codi. A esposa do jornalista havia confirmado que seria ele na fotografia.
O episódio Herzog estremeceu o Ministério da Defesa e a Presidência da República após o Centro de Comunicação Social do Exército divulgar uma nota dizendo que "as medidas tomadas pelas forças legais foram uma legítima resposta à violência dos que recusaram o diálogo" durante o regime militar.
Irritado com o conteúdo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exigiu retratação e, em uma segunda nota divulgada à imprensa, o Exército afirmou que ela "não foi apropriada e condizente com o momento histórico atual".
Confira o site especial sobre os Anos de Chumbo.As informações são da agência Reuters.