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 | 20/10/2004 13h33min

Governo diz que nova versão da nota do Exército corrige distorções

Primeiro comunicado dizia que documentos não comprovam mortes na ditadura

O ministro da Defesa, José Viegas, considera superado o episódio sobre a nota divulgada, no domingo, dia 17, pelo Exército após a publicação de reportagem do jornal Correio Braziliense com fotos inéditas do jornalista Vladimir Herzog na prisão, antes de ser assassinado pela ditadura militar em 1975. Viegas afirmou que não espera nenhuma reação do Exército em relação à nota. Segundo ele, "a nota de correção era necessária para corrigir distorções e enfoques errôneos que a nota publicada no domingo continha".

Pela manhã, o ministro participou do Seminário de Ciência e Teconologia para Defesa Nacional, no Palácio do Planalto, e da sessão solene na Câmara dos Deputados em homenagem ao Dia do Aviador. Após o evento, Viegas reafirmou que o governo considera o caso encerrado e que a nova versão da nota "recoloca nos seus devidos termos" a situação provocada pelo comunicado anterior, o que, segundo ele, "resolve a questão".

Para o ministro, a nova nota, assinada pelo general Francisco Roberto de Albuquerque, comandante do Exército, possui o aval do presidente Lula e do ministério da Defesa.

A segunda nota publicada pelo Exército afirma que o tratamento dado ao assunto não foi apropriado e revela que houve ausência de uma discussão interna mais profunda sobre o tema. No domingo, o Centro de Comunicação Social do Exército divulgou comunicado oficial na qual enfatizava que "não há documentos históricos" que comprovem mortes ocorridas durante as operações do Exército.

Viegas declarou que não há motivação do ministério em investigar documentos referentes ao período da ditadura.

– Não há nenhuma motivação para revolver casos do passado. Eles pertencem à história e devem ser analisados por historiadores. Não fazem parte da preocupação imediata do ministério da Defesa – disse.

O ministro afirmou ainda que "não há arquivos oficiais referentes à guerrilha do Araguaia, conflito armado entre guerrilheiros do PCdoB e agentes da ditadura militar, entre 1972 e 1974". Segundo Viegas, os arquivos sobre guerrilha foram queimados.

– Não tenho dúvidas de que eles foram queimados, no passado, muito provavelmente na década de 80 – enfatizou.

As informações são da Agência Brasil.

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