Passados nove meses de negociações, o governo gaúcho e a General Motors finalmente irão oficializar a ampliação da montadora em Gravataí. Durante solenidade no Palácio Piratini, o presidente mundial da General Motors (GM), Richard Wagoner, e o governador Germano Rigotto anunciam nesta quinta, dia 5, às 10h, a expansão da planta no município gaúcho. O Estado conseguiu bater o México e a China na disputa pelo investimento de US$ 240 milhões, que ampliará a capacidade de produção da unidade gaúcha de 120 mil para 200 mil veículos anuais. Com a implantação do projeto, está prevista a criação de 1,5 mil empregos diretos.

O projeto original da empresa incluía o aumento da produção do Celta, a adoção de um motor mais potente para o Chevrolet gaúcho destinado ao mercado externo e a possibilidade de construção de uma fábrica para veículos CKD (desmontados) para exportação. O novo carro será do tipo compacto, para cinco passageiros. É provável que seja do tipo sedan, o que facilitaria a substituição do atual Corsa Sedan no mercado chinês.

Diferente do anúncio da instalação da fábrica em 1997, a confirmação da ampliação da montadora será feita com menos pompa do que o planejado inicialmente pelo cerimonial do governo. O churrasco programado para comemorar o acordo foi cancelado, devido à apertada agenda de Wagoner. Após encontro no Palácio Piratini, o executivo retorna a São Paulo.

Durante a solenidade, realizada no Salão Negrinho do Pastoreio, cinco músicos da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) tocarão os hinos nacional e rio-grandense. O ato de anúncio da instalação da fábrica, ocorrido há quase sete anos, foi bem mais festivo e esperado pela população de Gravataí. No dia 17 de março de 1997, os moradores do município aguardavam ansiosos a confirmação na Praça Borges de Medeiros, no Centro da cidade. A população acompanhava o comunicado, realizado no Palácio Piratini, pelo som de alto-falantes instalados em frente à prefeitura. Desta vez, as expectativas são menores, talvez, porque todas as melhorias sonhadas não se concretizaram em sua totalidade.

Após o anúncio, Rigotto e Wagoner não se dirigirão à cidade da Região Metropolitana, assim como ocorreu da primeira vez. O então governador Antônio Britto, secretários de Estado e o comando da GM, foram visitar o terreno da fábrica. Colegiais deixaram as salas de aula e empunharam bandeirinhas com o logotipo da GM. O ruído incessante de rojões saudava a passagem dos carros. O céu foi tingido por 5 mil balões azuis e brancos, as cores da GM. Como parte da festa, o prefeito declarou ponto-facultativo depois do meio-dia.

Na sexta, dia 6, Rigotto e Wagoner terão uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comunicar a expansão da unidade da GM.