Verão | 18/01/2011 19h32min
A eliminação de candidatos a salva-vidas civis temporários no Estado em função do uso de tatuagem resultou na aprovação de menos da metade dos participantes do concurso e gerou polêmica. Em Rio Grande, pelo menos 15 dos 46 inscritos foram reprovados em virtude da norma presente no edital.
De acordo com ela, os candidatos não podem usar tatuagem que cubram ou regiões ou membros do corpo em sua totalidade e em particular a região cervical, face antebraços, mãos e pernas, isto é, nas áreas não cobertas pelos uniformes de salva-vidas (sunga e camiseta regata), usados pela Brigada Militar.
O tatuador Eduardo de Mingo Schettert, proprietário do estúdio Edu Tattoo, pensa que a restrição é uma atitude de intransigência e diz que não compreende como no Brasil existe uma evolução tão grande de alguns fatores e em outros há um retrocesso marcante.
— Fico perplexo com essa cultura brasileira, com estes critérios estabelecidos. Me pergunto quem é que cria isso. Até publiquei minha opinião no Facebook – diz.
O principal argumento do tatuador contra a norma é que o uso de tatuagem não interfere no aspecto "competência" do salva-vidas. Eduardo afirma que é contraditório que a Brigada Militar assuma esta atitude, tendo em vista que o número de afogamentos aumentou consideravelmente e a procura pela seleção é bem menor que o número de vagas.
— Uma pessoa que está se afogando não vai reparar se o salva-vidas tem tatuagem ou não. Sei de um caso do Litoral Norte no qual dois banhistas estavam se afogando e um salva estava sozinho e precisou ser ajudado por surfistas no resgate. Os dois surfistas que o ajudaram tinham tatuagens – finaliza.
Em Rio Grande, pelo menos 15 dos 46 inscritos foram reprovados em virtude da norma presente no edital
Foto:
Roberto Witter
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Especial