| 03/07/2010 10h44min
A Era Dunga terminou e os dois objetivos traçados para este período de quatro anos (Copa do Mundo e Olimpíada) restaram fracassados.
Que faltou talento ao Brasil na Copa por uma questão conceitual do técnico, sempre decidido a privilegiar a disciplina em detrimento do talento — poderia ter os dois juntos, como aliados, mas não quis —, todos agora concordam. Mas e o futuro, como fica?
Este talvez seja o legado mais preocupante que o técnico demissionário deixa para o sucessor: será preciso empreender uma renovação radical até o Mundial no Brasil. E isso nem sempre é travessia serena, com resultados capazes de manter o escolhido para a função até o porto seguro.
Lúcio, Juan, Gilberto Silva, Elano, Gilberto, Josué, Felipe Melo, Júlio Batista, Luisão, Grafite. Nenhum destes estará em 2014. Luís Fabiano e Elano terão 33 anos. Kaká e Maicon, 32. São jogadores que centram o seu futebol no fôlego e força física. Serão os mesmos daqui a quatro anos? Ronaldinho terá 34 anos, assim como Adriano. Não serão exatamente jovens para o futebol.
Dunga não renovou a Seleção. Não deu chances para os novos talentos se firmarem. Sempre disse que o objetivo era o resultado, pois sem eles nem chegaria até a África do Sul. Então, foi de Gilberto Silva até o fim, por exemplo.
Este é a questão mais grave. O futuro treinador terá que partir do zero. Quase nada ficou de substancial da Era Dunga em termos de composição de grupo. A zaga e o meio-campo terão que praticamente nascerem do zero. Não vai ser fácil. A herança não é das melhores.