| 08/05/2010 16h10min
A classificação às quartas de final da Libertadores com superioridade absoluta no jogo, envolvimento da torcida no estádio e lampejos individuais imprescindíveis para quem deita no travesseiro sonhando em ser campeão, mudou o Inter. Mudou tudo.
Os 2 a 0 sobre o Banfield e a consolidação do Beira-Rio como craque do time (em casa, foram quatro vitórias, nove gols marcados e só um sofrido) tiveram o efeito de pavio riscado perto de um tonel de gasolina.
Para quinta-feira, às 21h15min, diante do Estudiantes de Verón, a direção já atirou lá para cima a estimativa de público: 45 mil.
Conversei logo após o jogo com o vice de administração, Décio Hartmann. Que tem uma virtude rara em cartolas. Faz previsões contra si mesmo, em nome da sinceridade.
Quando todos apostavam que a marca dos 100 mil sócios seria alcançada em meio à decisão da Copa do Brasil com o Corinthians, no ano passado, Hartmann foi logo sugerindo que os mais alucinados caíssem na real. Acertou. O número mágico veio bem depois. Pois desta vez, o radar de Hartmann está captando uma semana de loucuras.
— Acho que nem haverá venda de ingresso para torcedor comum. Vai tudo para os sócios — prevê Hartmann.
Algo em torno de mil novos sócios em sete dias, até o primeiro jogo com o Estudiantes. Não apenas pelo contexto da classificação, mas pelo adversário e o que ele representa. O clube de La Plata é o atual campeão da América e vice do mundo. Só perde o Torneio Apertura deste ano por desastre. Ou melhor: nem com desastre.
O pavilhão argentino na competição agora é defendido por La Brujita Verón e sua corte. A Fox, detentora dos direitos de TV para o continente, tem sede em Buenos Aires. Vai badalar Inter e Estudiantes como o duelo mais chique e importante desta fase. Especialmente com Pato Abbondanzieri e D'Alessandro, ídolos de Boca e River, do lado brasileiro.
Hoje, o Inter soma 104 mil sócios. Irá a 105 mil até quinta. Sabe-se lá quantos mais conquistará se encarar a parada da Copa em uma das semifinais da Libertadores.
Como se vê, o que era baixo astral virou euforia.