O Inter que se prepare. O Banfield está encarando o jogo de quinta-feira, no Beira-Rio, como o mais importante em 114 anos de vida.

Classificação é como ficar a dois jogos do paraíso. O clube do bairro homônimo do município de Lamos de Zamora, na Grande Buenos Aires, chegou até às quartas da Libertadores em 2005, quando foi eliminado pelo River Plate.

Semifinal? Nunca. Por isso a loucura.

A delegação virá em voo fretado na quarta, ao meio-dia. Isso mesmo: não são nem duas horas de viagem até Porto Alegre, mas a direção do Banfield, um clube pequeno, sem recursos, 10 mil sócios apenas, decidiu bancar esta extravagância.

O Banfield quer dar todo o conforto aos jogadores. Quer sinalizar com clareza o significado de eliminar o Inter, um campeão do mundo. Quer fazer história.

O site oficial conclama torcedores a viajarem. Chega a informar que a concentração, antes da partida, se dará no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Ou Parque "Armonía", segundo os argentinos.

O técnico Julio Falcione armará uma retranca lendária. Vai trocar um atacante por um zagueiro.

O zagueiro que entra está escolhido: Mauro dos Santos, 20 anos, 1m80cm, prata-da-casa. O atacante que mais cotado para sair é Sebastián Fernandes, 1m67cm, autor do terceiro gol no Estádio Florencio Sola.

O plano é armar uma linha de cinco defensores à frente do goleiro, adiante desta perfilar outros quatro e deixar só o centroavante perto de Pato Abbondanzieri.

Em resumo: defesa impenetrável a especular o contra-ataque fatal que obrigaria o Inter a fazer três para alcançar os pênaltis ou quatro para classificar no tempo normal.

A seriedade é tanta que o Banfield venceu o Huracán com time misto por 1 a 0 no domingo, fora de casa, e foi treinar em seguida no seu estádio.

O goleiro reserva Enrique Bologna jogou, fez um lanche, trocou de fardamento e lá estava trabalhando. A estimativa é de 500 torcedores do Banfield no Beira-Rio.

O Inter que abra o olho.
O campeão argentino não vem passear em Porto Alegre. 
  

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