| 01/04/2010 05h10min
A pergunta é: onde estão os que defendiam, entre eles muitos torcedores, execução sumária ou a subida de Walter ao cadafalso após o sumiço intempestivo dos treinos? Pois é.
O Inter agiu certo, mesmo que colocado na parede pela urgência da inoperância ofensiva do ataque. Não tratou os diferentes como iguais. Seria mediocridade pura. Não puniu Walter de forma draconiana e errada. Não rescindiu contrato, como dezenas de puristas exigiram.
Ao contrário: o preparou para enfrentar o Cerro com um castigo do tamanho do episódio e das circunstâncias especialíssimas de seu protagonista, que não agiu por maldade ou arrogância, mas quase por inocência e ignorância.
Se não fosse Walter, o Inter não
venceria o Cerro por 2 a 0 ontem.
Nem foi uma atuação assim exemplar, mas o novo titular do ataque
mexeu com a pasmaceira de só tocar a bola para o lado. Com ele, houve tentativa de drible, mesmo que nem sempre de sucesso.
Walter arriscou, ainda que sem acertar aquele superchute tão corriqueiro na seleção sub-20. Foi graças a este comportamento menos burocrático que a vitória nasceu, no gol contra de Ibañez. Depois, de novo, ele participou do gol de Alecsandro.
O Inter de Jorge Fossati não virou a Seleção de 1970 com Walter. Terá de melhorar muito se quiser ser campeão. Mas ao menos mostrou um tanto de ousadia.
Só isso já foi suficiente para acabar com a série de seis jogos sem vencer e assumir a dianteira do Grupo 5 da Libertadores.
Para pensar no bicampeonato, no entanto, o Inter precisa resolver um problema central. Os jogadores precisam se movimentar. Dar o passe e deixar o companheiro decidir sozinho é a idade da pedra do futebol. E o Inter de Fossati é assim. Foi assim ontem, inclusive, apesar
da vitória.
Não dá para se enganar. O
resultado veio, mas o desempenho não. Mesmo com Walter.