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 | 29/04/2010 23h03min

Globetrotters levanta o Gigantinho com lances espetaculares

Coreografias e brincadeiras da equipe levam fãs ao delírio

Felipe Truda  |  felipe.truda@rbsonline.com.br

O Globetrotters venceu o Washington Generals por 90 a 82. E não poderia ser diferente. O time surgido no bairro negro de Harlem nasceu para derrotar o rival da capital norte-americana, e tem sido desta forma ao longo dos anos. Graças às coreografias ensaiadas, os Trotters encantam os fãs do basquete com jogadas que atletas comuns não fazem. Na noite desta quinta, foi a vez dos porto-alegrenses conferirem de perto a habilidade da equipe comandada pelo astro panamenho Special K no Ginásio Gigantinho.


A equipe da Central Única de Favelas (Cufa) promoveu um bonito espetáculo antes dos norte-americanos entrarem em quadra. Primeiro, ensinando crianças e até adultos, como um senhor cadeirante que assistia ao evento, alguns fundamentos de basquete. Mas os cinco guerreiros do streetball não se deram bem ao enfrentarem mais de 10 jogadores da seleção gaúcha sub-19.

O mascote Globie entrou em cena antes do espetáculo, para dançar com algumas crianças. Os astros ganharam ainda mais simpatia que já tinham com o público. Mas isto não era o suficiente. Os adversários, os eternos perdedores Washington Generals, precisavam ser odiados pelos fãs do Trotters. A tarefa ficou por conta do técnico e “mala” do time da capital, que fez algumas provocações aos gaúchos:

— Nossa rivalidade com o Globetrotters é como Brasil x Argentina no futebol. E estou sentindo que a Argentina vai ganhar nesta noite — diz o treinador, para acrescentar:

— Maradona é o melhor jogador do mundo!

Muitas vaias para ele. E aplausos para o Globetrotters, que se apresentaram como manda a tradição: no famoso “magic circle”, um no centro, fazendo malabarismos, e os demais formando um círculo, esperando sua vez.

Começa o jogo, e o Globetrotters mostra porque é um fenômeno. Apesar de os movimentos dos jogadores serem coreografados, eles demonstram muita habilidade nas trocas de passes que não poderiam ser executadas em um jogo normal, nem mesmo pelo Dream Team norte-americano dos Jogos Olímpicos de 1992. O General fazia o papel de time que tenta fazer o basquete de fundamento, mas acaba caindo nas malandragens dos Trotters.

Quem viu os norte-americanos no Gigantinho em 2008 esperava por novidades. A principal delas foi treinador do Generals, desta vez mais ativo, e sempre tentando trapacear. Como quando usou um guarda-chuva para “hipnotizar” o armador Scooter, que ficou perdido em quadra.

Algumas brincadeiras da apresentação da equipe em 2008 na Capital se repetiram, como a discussão entre Scooter e Special K e o banho de água no público. Mas desta vez não era papel picado. Eles molharam mesmo alguns espectadores. Não que fosse importante, mas o Globetrotters fechou o primeiro tempo vencendo por 53 a 37.

Na segunda etapa, o ala Special K fez a tradicional brincadeira com uma garota, escolhida a dedo pelo ala-armador Rocket. Márcia, de Novo Hamburgo, foi a “felizarda” da vez. Deu um beijo no panamenho e ganhou uma munhequeira. Na sequência da partida, mais truques na quadra. O treinador adversário continuou “hipnotizando” os Trotters. O momento mais dramático foi quando ele tirou Special K de cena. Para acordar o astro, os fãs gritaram e fizeram o Gigantinho tremer.

Além do tradicional futebol americano, o Globetrotters desta vez apelou para o futebol convencional. Special K fez embaixadas, e o armador Ant até fez gol vestindo uma camisa do Brasil. Mas eles mostraram que sua especialidade era mesmo o basquete.

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