| 28/04/2010 13h39min
Em 2009, Tiago Silveira ganhou o ingresso para assistir ao Harlem Globetrotters no Gigantinho numa disputa certeira: jogador de basquete da Central Única das Favelas (Cufa) desde 2007, foi o melhor numa competição de lances livres. Encantado com o que vira das arquibancadas, o servidor público de 28 anos quis repetir a experiência em 2010.
Mas o orçamento apertou, e ele já desistia quando, na segunda-feira, seu telefone tocou. Era da Cufa, para avisá-lo de que, de fato, não veria o mais famoso time de basquete do mundo das arquibancadas na quinta-feira. Fora escolhido para participar do espetáculo dentro da quadra.
Amanhã, trinta minutos antes dos Harlem Globetrotters entrarem na quadra do Ginásio Gigantinho, às 20h, Thiago, natural de São Leopoldo, será o protagonista dos olhares nas arquibancadas de onde assistiu à apresentação em 2009. Mas não estará sozinho. Junto com ele, Patrick dos Santos e Jaime Eduardo Rainel, o Jamal, também da Cufa, mais um leitor de ZH e outro do Diário Gaúcho participarão da apresentação.
– No ano passado pude ver o quanto eles são incríveis, leves e habilidosos com a bola e o público. Mas acho que estou mais nervoso com a apresentação do que em conhecê-los – comentou Tiago, integrante da seleção brasileira de basquete de rua.
O canoense Patrick, 24 anos, e Jamal, 25, morador do Morro Santa Tereza, na Capital, também estão ansiosos. Membros da Cufa há cerca de um ano, ambos conciliam trabalho e estudo com o basquete de rua.
– Faço curso de inglês, também. Queria conversar com eles, mas tenho certeza que vou travar na hora – disse Patrick.
Nos primeiros 15 minutos do show de abertura do Globetrotters, a equipe gaúcha da Cufa de streetball fará uma interação com o público, mostrando suas habilidades. Depois, haverá uma partida de exibição da Cufa contra uma seleção gaúcha sub-19.
A Cufa – Central Única das Favelas – é uma organização criada por jovens de várias favelas do Rio de Janeiro e presente em 25 estados brasileiros e no Distrito Federal. Com o rapper MV Bill como um dos fundadores, a Cufa desenvolve cursos e oficinas de DJ, Break, Grafite, Escolinha de Basquete de Rua, Skate, Informática, Gastronomia e Audiovisual.
ZERO HORA