| 04/03/2010 04h26min
Walter quer ir embora para Recife. Deseja ficar perto da família e dos amigos. Mas não tem dinheiro sequer para comprar passagem. Chegou a discutir com seus empresários, que se negaram a colocá-lo em um voo para Pernambuco.
Como o atacante recluso de 20 anos não quer mais ficar em Porto Alegre, procuradores pensam em levá-lo para São Paulo, próximo de Juan Figer, dono de metade de seus direitos econômicos. Têm esperança de que em duas ou três semanas longe do Beira-Rio Walter reflita sobre seu comportamento.
– Não quero mais ficar aqui, quero ir embora – disse Walter a seus representantes.
Alegando estar envergonhado com a situação criada e com raiva por ser tratado como um mau profissional.
Figer determinou que um de seus representantes, Téo Constantin, permanecesse em Porto Alegre a fim de convencer o atacante a desculpar-se com a direção e retomar os treinos. Afinal, além de uma carreira promissora, há milhões de euros em
jogo. No ano passado, o Inter recusou ofertas de
Atlético de Madrid, Porto e Almería por Walter.
A situação é tão grave que um empréstimo já não é mais descartado pelo Inter, embora a janela doméstica só reabra em maio, após os estaduais – e a do Exterior, em agosto. Na madrugada de ontem, Walter telefonou para um de seus agentes. Avisou-o que, ao contrário do acertado na reunião de terça-feira, ele havia desistido de se reapresentar ao Inter.
Fernando Carvalho teria descartado o centroavante
O vice de futebol Fernando Carvalho o aguardava ontem pela manhã no estádio. Walter ficou em casa. Deixou o dirigente furioso. Carvalho não confirma, mas teria dito a pessoas próximas que o atacante está fora do Inter. Ainda que retorne aos treinos.
– Só voltarei a me manifestar sobre Walter quando ele se apresentar. Ele não tem noção que estes seus atos de rebeldia já rodaram o mundo via Internet. Não sei no que ele está pensando – declarou Carvalho.
Ontem, enquanto o Inter goleava o Santa Cruz, Walter seguia
encastelado com a namorada no prédio do bairro Menino Deus. Uma sacola com lanches comprados em uma confeitaria próxima ao apartamento do jogador garantiu a refeição da tarde. Da janela da sua sala deve ter escutado três torcedores colorados que dirigiam-se ao Beira-Rio e, identificando o prédio do jogador, gritaram palavrões e pediram que ele não retorne.
– Vai embora. Não te queremos mais – esbravejaram.
"Não quero mais ficar aqui, quero ir embora", disse Walter aos seus representantes
Foto:
Adriana Franciosi