| 03/12/2009 21h44min
A Fifa deixou de lado o seu glamour e resolveu prestar uma homenagem ao povo sul-africano. Nesta quinta-feira, a entidade convidou os jornalistas que estão na Cidade do Cabo para conhecer Robben Island, o local onde Nelson Mandela ficou preso por 18 anos durante o regime racista do Apartheid.
Num galpão com teto de zinco e sem ar condicionado, Joseph Blatter enalteceu Mandela e falou que a experiência vivida por muitas pessoas em Robben Island é algo que a FIFA tenta transmitir ao mundo através do futebol.
— Os seres humanos nunca devem perder a esperança. Mais do que uma ilha, isso é uma cárcere. Aqui, os prisioneiros estavam rodeados de água por todos os lados. E olhar para a Table Mountain (a montanha que circunda a Cidade do Cabo) era a única esperança que lhes restava — destacou o dirigente da FIFA, enaltecendo também a grandeza de Nelson Mandela:
— Um homem com 91 anos, que passou 27 deles preso, quando saiu daqui, não quis guerra, procurou a
paz, pois, ele já havia sofrido
demais. Tive a oportunidade de me encontrar duas vezes com Mandela. Em 1992, quando ele ainda não presidente. E ao final de 2004, quando tive a oportunidade de anunciar a realização da Copa na África do Sul, algo de que me orgulho muito — afirmou Blatter.
Durante a visita a Robben Island, a FIFA prestou uma homenagem a Makana FA, uma liga de futebol criada dentro do próprio presídio, que surgiu e durou nove anos seguindo o livro de regras da Fifa. Estiveram presentes cinco ex-colegas de Mandella nos tempos de prisão - Mark Shinners, Anthony Suze, Lizo Sitoto, Sedick Isaacs e Marcus Solomon.
Passando uma mensagem bastante positiva a respeito da experiência vivida no local, Eles recordaram como os jogos eram disputados e a importância que o futebol teve em suas vidas.
— Você não aprende disciplina. Você não aprende a se organizar. Você não ganha todos os benefícios do esporte se você pensar esse é apenas mais um jogo — comenta Markus Salomon, um dos
ex-presidários da Ilha.
Essa
história com sua lição de vida é contada com riqueza de detalhes no livro "More Than Just a Game", escrito por Chuck Korr e Marvin Close, que serviu para o lançamento de um filme com o mesmo nome.