| 06/10/2009 11h11min
Em um esporte com estigma de violento e marcado pelo contato físico, no Brasil as mulheres estão na frente quando o assunto é rúgbi rumo à Olimpíada do Rio, em 2016. A inclusão da modalidade de sete (ou Seven, como é conhecido internacionalmente) no programa olímpico - prevista para ocorrer na sexta-feira, em reunião do Comitê Olímpico Internacional (COI) - é aguardada com ansiedade pela Associação Brasileira de Rugby (ABR), principalmente em relação à seleção feminina.
– Elas são nossa grande chance de medalha, principalmente porque ocoparam a 10ª posição na Copa do Mundo este ano. Mas não vamos fazer feio no masculino, ainda mais dentro de casa – afirmou o presidente da ABR, Aluísio Dutra Junior.
Para desempenhar um bom papel em 2016, a ABR já começou a traçar um planejamento, que terá como foco principal as categorias de base e a troca de experiências com escolas tradicionais do rúgbi, principalmente a Argentina.
Dutra afirmou que aguarda apenas a confirmação da inclusão do rúgbi, na sexta-feira, para apresentar um projeto para o Ministério do Esporte em busca de verbas para desenvolvê-lo. Atualmente, a Associação conta apenas com receita proveniente das federações, patrocinadores e da International Rugby Board (IRB), a federação internacional do esporte.
– Podemos até fazer outro calendário, mas com fotos de jogo. Temos tudo para não depender mais de iniciativas como esta para levantar verba ou ganhar espaço na mídia. Este momento olímpico do Brasil e do rúgbi é ideal para o esporte crescer – contou a jogadora da seleção Natasha Olsen.
Jogadoras viraram modelos para o Mundial-2009
Para arrecadarem verba e, assim, arcarem com os gastos da viagem para Dubai (EAU), onde foi a Copa do Mundo de Rúgbi Seven, realizada em março deste ano, as jogadoras da seleção brasileira lançaram um calendário com fotos sensuais no início do ano. Cada publicação custava R$ 35 e trazia as garotas da equipe seminuas. Elas terminaram o Mundial na 10ª posição (três vitórias e três derrotas).
O técnico da seleção masculina Maurício Coelho pede mais estrutura ao esporte no país:
– Falta investimento público e privado. Agora, o apoio deve vir. No Pan-2011, vamos brigar para ficar entre os quatro. Já na Olimpíada de 2016 ainda é cedo para fazer previsão – salientou.
LANCEPRESS