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 | 16/09/2009 15h44min

Carreira de Briatore foi marcada por títulos, escândalos e glamour

Demissão da Renault pode encerrar trajetória do italiano na F-1

Anunciada nesta quarta-feira, a demissão do cargo de chefe da equipe Renault pode encerrar a carreira de um dos mais polêmicos personagens da Fórmula-1 das últimas décadas: Flávio Briatore. A trajetória do italiano de 59 anos na mais importante categoria do automobilismo mundial foi marcada por títulos, escândalos e um estilo de vida repleto de glamour.

Há quem veja Briatore como o último “playboy” da Fórmula-1. Multimilionário, ele costuma deixar se fotografar nos lugares mais badalados do mundo, sempre acompanhado de belas mulheres, de preferência modelos. Chegou a namorar a inglesa Naomi Campbell e a alemã Heidi Klum. Atualmente, é casado com a italiana Elisabetta Gregoraci, ex-modelo.

Nascido na cidade italiana de Verzuolo, Briatore chegou na Fórmula-1 em 1988 pelas mãos do empresário Luciano Benetton, fundador da grife de roupas e proprietário da antiga equipe de F-1 de mesmo nome. Logo nos primeiros anos na categoria, o italiano mostrou uma das suas principais qualidades: revelar talentos.

Em 1991, bastou uma corrida do jovem Michael Schumacher na Jordan para que o italiano decidisse apostar naquele que se tornaria o maior campeão da categoria. Na época, o dirigente demitiu o brasileiro Roberto Pupo Moreno e contratou a jovem promessa alemã para formar dupla com Nelson Piquet. Com Schumi, a equipe italiana conquistou dois títulos (1994 e 1995).

A outra grande descoberta de Briatore foi o espanhol Fernando Alonso. Empresariado pelo italiano, a jovem promessa estreou na F-1 em 2001, pela Minardi. Dois anos depois, Briatore demitiu o inglês Jenson Button, hoje na Brawn GP, e trouxe o espanhol para o cockpit da Renault. Na equipe francesa, Alonso conquistou os títulos de 2005 e 2006.

A fama de trapaceiro começou cedo

Mas na mesma proporção que acumulou títulos, fama e fortuna, Briatore também colecionou inimigos, detratores e escândalos. Basticamente por causa de sua fama não medir esforços para conseguir a vitória, não importa a que custo. Nos bastidores da F-1, há quem associe a figura do italiano com a de Dick Vigarista, personagem do famoso desenho animado Corrida Maluca.

A fama de trapaceiro começou em 1994, quando o reabastecimento dos carros voltou a ser obrigatório na Fórmula-1. Briatore mandou tirar o filtro das bombas de gasolina de sua equipe, o que acelerava o processo de abastecimento, mas o tornava perigoso. A falcatrua foi descoberta após o grave incêndio no carro de Jos Verstappen no GP da Alemanha, que quase matou o piloto e mecânicos da Benetton.

No mesmo ano, a Benetton foi acusada de usar dispositivos eletrônicos proibidos nos carros, como o controle de tração e de largada. As acusações acabaram lançando dúvidas sobre o primeiro título de Schumacher na F-1. Que ganharam ainda mais eco depois que o alemão jogou o carro sobre o inglês Damon Hill, da Williams, no GP da Austrália, última corrida do ano.

No fim daquela temporada, Briatore comprou a equipe Ligier para adquirir o direito de uso dos motores Renault, os melhores da época. Porém, o regulamento não permitia que ele fosse o dono da equipe e ele repassou o time a Tom Walkinshaw, dono da TWR, também de reputação duvidosa em outras categorias. De maneira até hoje desconhecidas, os propulsores acabaram nos carros da Benetton.

A última polêmica envolvendo Briatore teve como protagonista o brasileiro Nelsinho Piquet. Demitido após o GP da Hungria, o piloto revelou ter provocado de forma deliberada o acidente que sofreu no GP de Cingapura de 2008 para beneficiar Alonso, que acabou vencendo a prova. A Federação Internacional de Automobilismo iniciou uma investigação e marcou para o dia 21 uma audiência. A crise culminou com a demissão de Briatore, em clara tentativa da equipe francesa de evitar uma punição severa.

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