O meia Renato foi apresentado na tarde desta terça como novo reforço do Grêmio e, já na entrevista coletiva, foi questionado sobre uma ameaça da Ponte Preta de melar o negócio com o Tricolor. O jogador, porém, afirmou que está livre para jogar. Toda a confusão começou porque o clube de Campinas entrou na Justiça Comum para reintegrar Renato ao grupo. A direção reclama de uma dívida do clube árabe Al-Itthad, onde o meia estava atuando. Do lado gremista, a convicção é plena na inscrição do meia na CBF. De acordo com o presidente Duda Kroeff, a entidade garantiu que está tudo certo na negociação.

– Tudo absolutamente tranquilo, não apresentaríamos um jogador sem ter certeza. O departamento jurídico conversou com a CBF e eles garantiram que não há problema algum. É um problema entre a Ponte e o time árabe – afirmou Kroeff.

A Ponte Preta alega que ainda tem cerca de US$ 2 milhões para receber do Al-Itthad pela negociação de Renato e afirma que o jogador ainda está vinculado ao clube.

– Tive uma conversa hoje com o Dr. Valed Perry (assessor jurídico da CBF) e ele deixou claro que o Renato não pode ser inscrito nem atuar pelo Grêmio pois está vinculado à Ponte Preta – disse o advogado do clube de Campinas Renato Ferraz em entrevista à Rádio Gaúcha.

Pelo não pagamento da dívida, a Ponte Preta entrou com uma reclamação na Justiça para ter o jogador de volta ao clube.

– Nós vendemos ele, só que existe uma cláusula no contrato que colocamos que, em caso de não pagamento do clube, o atleta voltaria. E o atleta assinou isso. O Al-Itthad devolveu o atleta e ele não voltou. Aí nós entramos com a reclamação trabalhista – explicou Ferraz.

Cláudio Batista, advogado do Grêmio, não concorda com as contestações do lado da Ponte. Inclusive, a informação que ele tem, recebida pela CBF, é de que o atleta não tem mais vínculo com seu ex-clube.

– Na medida em que a Ponte Preta depositou na CBF a rescisão do contrato, o atleta está desligado federativamente da Ponte Preta – ressaltou. – A CBF disse que ele está desvinculado da Ponte Preta, está com a liberação internacional e, portanto, está livre. O Renato fez acordo com o time da Arábia Saudita e voltou ao país – acrescentou.

De acordo com Batista, a Justiça Comum não tem como forçar alguém a trabalhar em algum lugar.

– A Justiça do Trabalho em momento algum vai forçar alguém a trabalhar neste ou naquele lugar. A CBF me disse que ele está livre para ser registrado – garantiu o advogado gremista.

A situação será definida nas próximas horas. Se o nome de Renato aparecer no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF, ele será jogador do Grêmio.