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 | 06/06/2009 07h21min

Ainda há tempo para renovar a Seleção?

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br












Olhe o calendário. Falta um ano para a Copa da África do Sul. Agora repare nos 11 jogadores que entram em campo hoje no tradicionalíssimo Estádio Centenário, em Montevidéu. Quanto há de sangue novo, de renovação, de perspectivas na Seleção Brasileira contra o resistente futebol uruguaio, que tinha tudo para já ter acabado, mas resiste bravamente?

Não digo que Dunga esteja errado. Ele optou pelos resultados imediatos, argumentando que o país exige isso mesmo: resultados, resultados e mais resultados. Chegou a dizer que, sem eles, de nada adiantaria planejamento. Seria o primeiro a ser mandado embora, por mais revolucionário que fosse o tal planejamento.

É uma visão própria do Dunga jogador. Um sujeito que sofreu, que foi injustamente ridicularizado por não ser um virtuose, e que renasceu à custa de muita perseverança e coragem (você se arriscaria cobrando aquele pênalti na série decisiva de 1994, se tivesse passado por tudo que Dunga passou?). Compreendo tudo isso.

Mas tenho a impressão de que perdemos uma chance de ouro para renovar a Seleção lá atrás, no começo, a tempo de chegar em 2010 com um time mais inspirado do que esse de hoje.

Lucas, Hernanes, Alexandre Pato, Anderson. Todos jogadores prontos. Que, se ganhassem sequência na Seleção talvez estivessem em melhores condições nos seus clubes. Lucas é o exemplo clássico. Alguém duvida que ele é muito mais volante do que Gilberto Silva ou Josué, mesmo no banco do Liverpool? Robinho nunca deixou de ser titular de Dunga, mesmo quando era reserva no Real Madrid. Pato fazia um gol por jogo no Milan a certa altura, mas na Seleção sempre foi segunda ou terceira opção. Nem Anderson, campeão de tudo com o Manchester, firmou lugar no Brasil de Dunga.

Creio que o cavalo da renovação passou devagarinho à nossa frente, pedindo montaria para sair em disparada, veloz feito um corcel negro, e foi-se embora a galope, como um pangaré qualquer.

Mas é o Brasil. E o Brasil sempre vai à Copa com possibilidades de ser campeão, seja qual for a escalação ou a filosofia de futebol de seu treinador. Resta torcer entre suspiros pelo que podia ter sido.

Leia os textos anteriores da coluna No Ataque.

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