| 16/05/2009 03h29min
Com a ajuda de cadeira de rodas, Luiz Carlos Machado, Escurinho, o ídolo do Inter dos anos 70 que resolvia os jogos com uma cabeçada certeira, deixou ontem o Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Depois de 35 dias de internação, pela primeira vez ele enfrentou a nova realidade de quem sofreu cirurgia de amputação de parte da perna direita, devido ao diabetes. Sua principal vitória, porém, foi contra uma complicação médica que surgiu logo após a amputação. Emocionado, Escurinho, 59 anos, diz: “Estive bem perto da morte”.
Zero Hora – Você está plenamente recuperado?
Escurinho – Estou bem, deixo uma fase pesada para trás. É incrível como uma situação de extremo perigo é capaz de mudar a cabeça da gente. Primeiro, passei por um grande conflito ao perder uma parte do corpo. Não foi fácil encarar essa decisão. Mas não havia como fugir, e venci essa etapa. Quando tudo parecia sob controle, apareceu um problema médico que me colocou para baixo. Foi
quando eu senti o perigo de
perto.
ZH – Como você se sente para encarar vida nova?
Escurinho – Eu passei por duas experiências muito difíceis. Uma brutal, ao perder a perna; a outra, ameaçadora, ao passar vários dias no Centro de Tratamento Intensivo. Agora, tudo me parece com mais vida. Sou um novo homem.
ZH – O que você pensa em fazer de agora em diante?
Escurinho – O meu desafio é não parar. Com uma prótese é possível continuar a dar aulas em escolinha de futebol, como fazia antes de ser interrompido pela diabetes e pela insuficiência renal.
ZH – Vários amigos seus querem fazer promoções para ajudá-lo...
Escurinho – Olha, nestes dias de internação muitas pessoas me ligaram de todos os cantos do Brasil. E é apenas isso que eu necessito: conversar com meus amigos, nada mais. Tenho tudo que preciso e, além disso, o pessoal do Inter tem
colaborado no tratamento médico.