| 11/05/2009 23h03min
O anúncio da Unisul em suspender os trabalhos da equipe masculina de vôlei nesta segunda-feira gerou uma reação da Rede Globo, que divulgou uma nota oficial sobre o assunto.
Entre as causas alegadas pela Unisul estava a omissão do nome real da equipe nas transmissões de televisão, o que teria contribuído para a desistência dos patrocinadores — e que levou a emissora carioca a emitir a nota oficial.
Leia a íntegra da nota
Os critérios que orientam as decisões das equipes de Jornalismo e de Esportes da Globo, de citar e exibir marcas, atendem a uma finalidade: ajudar o público a reconhecer a existência de fronteiras entre editorial e comercial, além, é óbvio, de resguardar, legitimamente, o modelo de viabilização da TV aberta, cujo sustento deve advir exclusivamente da comercialização dos intervalos e de outros formatos comerciais.
Do ponto de vista editorial, a citação
indiscriminada de marcas comerciais por parte de narradores, comentaristas e
repórteres poderia induzir o público a erro de julgamento quanto a independência, isenção e integridade que estes profissionais obrigatoriamente devem manter com relação a equipes e eventos esportivos. Por isso, mesmo considerando que o mercado esportivo evoluiu muito nas últimas duas décadas, a TV Globo nunca abriu mão deste princípio editorial, sem, entretanto, deixar de cumprir o dever de informar.
A Globo considera que a visibilidade natural proporcionada aos patrocinadores de equipes e eventos, em transmissões e reportagens, por si só agrega valor às marcas e gera ganhos de imagem para as empresas investidoras no esporte, dado o imenso alcance de público da televisão aberta.
Além do propósito de apoiar o esporte, o expediente de utilizar marcas comerciais para dar nome às equipes e patrocinar ostensivamente projetos esportivos visa, evidentemente, à obtenção da chamada “mídia espontânea” – as empresas querem a citação gratuita das suas marcas, evitando
adquirir espaço comercial para
expor seus produtos ou serviços.
É curioso que, justamente no momento em que o mundo atravessa grave crise econômica, empresas aleguem que vão encerrar projetos esportivos porque suas marcas não são citadas. Ainda que estes projetos esportivos tenham recebido durante anos — às vezes décadas — o mesmo tratamento atual, o que prova terem sido vitoriosos e assegurado retorno para os patrocinadores que a eles se associaram.
A eventual frustração de empresas patrocinadoras por não terem conseguido, na Globo, a chamada “mídia espontânea”, na intensidade pretendida, reforça nossa convicção quanto ao acerto de nossas políticas.