| 03/05/2009 14h10min
Pelo menos 12 pessoas ficaram feridas nesta domingo e 14 foram detidas em confrontos entre a polícia egípcia e criadores de porcos que tentavam evitar o sacrifício de seus animais na localidade de Muqattan, no leste do Cairo.
Em uma entrevista coletiva improvisada no local, o chefe da polícia da capital egípcia, Ismail al-Shair, disse que, entre os feridos, há sete policiais e cinco manifestantes, que protestavam contra o sacrifício dos porcos, ordenado pelo governo egípcio para evitar a propagação da gripe suína, o vírus A (H1N1).
Os confrontos começaram quando os criadores dos animais começaram a jogar pedras nos agentes, que responderam lançando bombas de gás lacrimogêneo. Segundo o chefe do departamento de limpeza da área, Mohammed Nabil, até 130 porcos foram levados ao matadouro.
— Repentinamente (os habitantes) protestaram e provocaram desordens, jogaram pedras e garrafas, mas a situação já foi controlada — acrescentou.
Testemunhas disseram que os moradores jogaram
coquetéis molotov e, de fato, havia na região colunas de fumaça preta, mas não houve confirmação oficial sobre o uso destes artefatos. Vários policiais isolaram a entrada ao bairro para evitar o acesso dos jornalistas e de curiosos.
Segundo a agência de notícias estatal Mena, o sacrifício em massa de porcos começou neste domingo em outras províncias do país. Os proprietários receberão 100 libras (12 euros) por cada exemplar, e ficarão com a carne do animal, caso esteja livre de qualquer doença. Por uma fêmea prenhe, receberão 250 libras (35 euros), mas, em todos os casos, é preciso descontar 15 libras (2,5 euros) pela mão-de-obra no matadouro.
Os confrontos ocorrem depois que, na quarta-feira passada, o governo egípcio decidiu sacrificar toda a população de porcos do país, calculada em 350 mil animais, para combater a gripe suína, da qual não se registrou nenhum caso no Egito.
As autoridades egípcias iniciaram ontem o sacrifício dos porcos, apesar
de a Organização Mundial da Saúde
(OMS) afirmar que não há nenhuma prova que os animais transmitam a gripe aos humanos e não há risco em consumir carne suína.
Essa é a primeira iniciativa destas características adotada por um governo desde o início do foco de gripe suína, que foi detectado no México e se estendeu para 18 países.
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Egito - Pelo menos 12 pessoas ficaram feridas hoje e 14 foram detidas em confrontos entre a Polícia egípcia e criadores de porcos que tentavam evitar o sacrifício de seus animais na localidade de Muqattan, no leste do Cairo
Foto:
EFE