| 28/04/2009 03h26min
Foram apenas 180 minutos de convivência. Ou, se preferir, três horas. O suficiente para a torcida abraçar o Grêmio de Marcelo Rospide de forma incondicional. Hoje, em plena hora do rush, o interino tem novo encontro com os gremistas. Às 19h30min, recebe o Boyacá. Uma vitória garante a melhor campanha entre os 16 classificados.
A cumplicidade entre o time e a torcida começou com a saída de Roth, em 5 de abril. O técnico era um ponto de conflito latente. A ouvidoria do clube chegou a receber em fevereiro 2,3 mil telefonemas e e-mails de protestos contra ele. Agora, os funcionários festejam os dias de sossego. O registro de reclamações beira o zero. O departamento de marketing festeja o acréscimo de 3 mil sócios – pulou de 47 mil para quase 50 mil. É claro que as vitórias sobre Aurora e Universidad de Chile ajudaram Rospide a dar sequência ao trabalho iniciado por Roth. Mas a saída do técnico distensionou o ambiente.
– É inegável que o ambiente está mais leve, com
vibrações mais positivas. O
Celso Roth fez bom trabalho, mas, agora, nosso técnico não é mais vaiado assim que o nome é anunciado nos alto-falantes do estádio – observou o presidente Duda Kroeff.
Ontem, bastou circular pelo Olímpico para confirmar o apoio incondicional da torcida ao time e ao interino Rospide.
– Nunca vaiei Roth, mas o astral melhorou 100% depois que ele saiu – opinou Rodrigo Chagas, 27 anos, frequentador da torcida Geral.
– Roth era muito carrancudo, mal-humorado. Não que fosse mau treinador, mas não ganhou Gre-Nal – justificou o engenheiro Cristiano Limeira, 32, associado pelo pai logo depois da conquista do Mundial, há mais de 25 anos.
– Sou suspeita para falar, porque nunca gostei dele – emendou Eunice Zignani, de passagem pelo Olímpico para atualizar a mensalidade de associada da filha Pietra.
Grupo mostra respeito por Roth e valoriza seu trabalho
Se os torcedores falam abertamente
da rejeição a Roth, os jogadores usam de diplomacia e mostram respeito ao ex-chefe.
Embora concordem que o clima no estádio melhorou com Rospide. Jonas defende Roth e lembra que a campanha na Libertadores deve-se ao técnico anterior. O atacante protagonizou episódio emblemático na Era Roth: ao empatar o jogo com o Ypiranga, correu para abraçar o técnico e ouviu sonora vaia.
– Talvez para a torcida a saída do Celso tenha mudado alguma coisa. Para nós, porém, a única diferença é que ele não está aqui. O trabalho segue o mesmo, Celso uniu o grupo – defendeu o atacante.
Se o trabalho segue o mesmo, o ar parece diferente no Olímpico. Para quem quiser comprovar, Grêmio x Boyacá começa às 19h30min.