| 05/02/2009 19h50min
Um paredão de 4,13m. Outro de 4,01m. Essa é a soma das alturas dos meios-de-rede titulares que estarão em quadra na decisão do terceiro turno da Superliga Masculina 2008/09, nesta sexta, dia 6, no ginásio Saul Oliveira, em Florianópolis, às 21h.
O Ataque e Defesa narra e comenta a partida que define o título do 3º turno.
Pelo Minas, André Heller, de 33 anos e Henrique, 30 – centrais que participaram de várias conquistas da seleção brasileira nos últimos anos. Éder, 25 anos e Lucão, com 22, da Cimed, representam o futuro da posição, já que, nos dois últimos anos, os jogadores marcaram presença nas convocações das seleções brasileiras adulta e de novos.
Quando ingressou no voleibol, em 2001, Lucas já assistia pela televisão o sucesso da geração da seleção brasileira comandada pelo técnico Bernardinho, nos últimos oito anos. O gaúcho começou a jogar no time da escola do município de Estrela, vizinho a Colinas, sua cidade natal. Passado oito anos, o jogador destaca a qualidade dos meios-de-rede do Brasil.
— Nos últimos anos, o voleibol brasileiro tem produzido excelentes centrais. Acho que por um bom tempo, os treinadores não precisarão se preocupar em buscar novos talentos para a posição. Temos muitos bons jogadores — conta o meio-de-rede de 2,09m.
Do basquete para o vôlei
Quando era criança, Lucas, da Cimed, não perdia um só treino da equipe de basquete da escola.
— Adorava o basquete. Precisava jogar porque era bolsista e ganhava desconto na mensalidade — conta o jogador, que, de repente, foi surpreendido e precisou mudar de modalidade.
— A escola perdeu o patrocinador da equipe de basquete. Como eu não podia ficar sem a bolsa, os professores me levaram para o time de vôlei. No início foi bastante complicado. O vôlei é muito técnico e exige concentração — relembra Lucas, vice-campeão mundial juvenil em 2005.
Além do apoio dos pais, Lucas tinha outra motivação para ingressar no voleibol.
— Quando comecei, o Bernardinho tinha acabado de chegar na seleção masculina. O time começou a ganhar um título atrás do outro e isto me motivava cada vez mais a continuar neste esporte — destaca o central.
Tradição gaúcha
Mais experiente, o também gaúcho André Heller, do Minas, está radiante com a tradição do Rio Grande do Sul em revelar talentos para a posição.
— O Brasil nunca teve tantos jogadores de meio-de-rede bons como atualmente. Fico muito contente. Nos últimos anos, os centrais passaram a ter uma importância maior no ataque. O bloqueio deixou de ser o fundamento mais trabalhado. Engraçado que muitos dos centrais que se destacam são gaúchos — diz André, lembrando a naturalidade dos companheiros da seleção Gustavo, Éder e Lucas.
Sobre a dupla de centrais do adversário, André Heller elogia a postura dos dois jogadores.
— Tanto o Éder quanto o Lucas são excelentes jogadores. Com certeza, daqui para frente eles terão uma participação mais ativa na seleção brasileira. São dois meninos competentes que trabalham de forma séria — conclui o campeão olímpico e mundial, de 2m.