| 17/10/2008 17h06min
A cidade de Brasília vai hospedar um amistoso entre Brasil e Portugal no próximo dia 19 de novembro. Mas o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, disse nesta sexta em São Paulo que a partida festiva não garante a capital federal como uma das possíveis cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no País.
Teixeira esteve presente em um evento referente ao Mundial na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Ele garantiu que, assim como todas as cidades que se candidataram a sediar jogos da Copa, os brasilienses precisam cumprir uma série de exigências antes de serem confirmados como anfitriões.
– Não há nada no caderno de encargos que obrigue a capital federal a sediar jogos. Mas, que eu me lembre, sempre houve a capital federal – afirmou o dirigente, em sua entrevista coletiva. – Mas Brasília precisará cumprir com os encargos, como qualquer outra cidade – alertou.
Teixeira admite que algumas cidades levam um certo favoritismo na briga por um lugar na Copa de 2014. Mas garante que nenhuma delas está confirmada.
– Acho que não há uma reivindicação de Brasília. Excetuando São Paulo e Rio de Janeiro, que estão mais batidas, não há nenhuma postulação. Mas as cidades, inicialmente, precisam estar entre as 12 escolhidas – explicou, garantindo que não há confirmação das presenças de paulistas e cariocas no torneio. – É prematuro dar qualquer definição, porque as cidades não foram escolhidas – emendou.
Segundo os dirigentes presentes ao encontro, a infra-estrutura das cidades que brigam por vagas – estádios, transportes, hospitais, serviços hoteleiros – serão analisadas a partir de março de 2009. Politicamente, a organização do evento foi prejudicada pelas eleições municipais do Brasil, mas devem voltar à carga já a partir da decisão do segundo turno em algumas cidades, em 26 de outubro.
Será a primeira partida do Brasil em casa contra uma seleção européia desde março de 2002. Na ocasião, os então comandados de Luiz Felipe Scolari receberam a Iugoslávia em um amistoso no Castelão, em Fortaleza, e venceram por 1 a 0, gol do atacante Luizão. A partida fez parte da preparação da Seleção para a Copa do Mundo daquele ano, disputada simultaneamente no Japão e na Coréia do Sul.
A imagem do Brasil
Independente, porém, de quais cidades sejam escolhidas, os dirigentes políticos já esperam que o engajamento em torno do Mundial seja grande. De acordo com Paulo Skaf, presidente da Fiesp e anfitrião do evento desta sexta, a Copa de 2014 será uma oportunidade para que o Brasil projete sua imagem no exterior. Por isso, merece ser cuidada e vistoriada com muita atenção.
– Nós pensamos que o Brasil, por ocupar metade da América do Sul, é conhecido por todo mundo, que todo mundo sabe onde está. E isso não é verdade. Precisamos mostrar o Brasil, apresentar nossos talentos – afirmou Skaf, otimista com os reflexos da competição na infra-estrutura brasileira. – Sob qualquer circunstância, essa Copa nos ajudará muito.
O público e o privado
E quem espera que as reformas em estádios terão ajuda pública, está enganado. Pelo menos esta é a promessa de Walter Feldman, secretário municipal de esportes de São Paulo, e que deu a garantia de que obras como o estacionamento do Morumbi para a Copa, por exemplo, não receberão aporte financeiro dos cofres públicos, uma vez que se trata de uma obra de benefício privado.
– O governo não realizará nenhum tipo de apoio financeiro – explicou Feldman, prometendo auxílio de Governos e Prefeituras apenas para obras que envolvam setores como transportes e hospitais. – A Copa do Mundo é uma atividade privada. O pode público faz apenas alterações que cabem ao poder público.
GAZETA PRESS