| 29/04/2008 19h08min
Abel Braga usou seu jeito todo peculiar para encerrar a polêmica envolvendo o atacante Nilmar. No jogo de domingo, contra o Juventude, o jogador reclamou publicamente ao ser substituído por Iarley e recebeu críticas de Abel por isso. Dois dias depois, o treinador tratou de minimizar a questão e chegou a comparar o atacante ao seu filho:
— O meu filho chega para mim às vezes e diz que tem uma festa à noite. Pergunto que horas. Ele diz que é às 21h, e eu aviso: "Tem que estar em casa à meia-noite". Ele reclama, mas tem 15 anos. Aí ele vai dizer para os amigos que eu sou chato pra caramba. E não fala bem assim, fala pior que isso. Eu tenho o Nilmar como um garoto adorado, que tem uma qualidade extraordinária. Fez um grande primeiro tempo, mas o segundo, não. Como a bola não estava chegando, botei alguém para segurar a bola, tomar falta. Isso aí já passou e não fica nenhum tipo de
ressentimento.
Questionado sobre até que horas pretende deixar Nilmar ficar na "festa" do próximo domingo, Abel respondeu:
— Não sei, tomara que jogue os 90. Mas eu não posso abdicar nunca dessa posição (de trocar o jogador quando achar necessário). Eu gosto muito dele, como gosto do Fernando, do Clemer, Jonas do Edinho, fiz uma amizade inacreditável com o Magrão, mas tenho que pensar primeiro na equipe. Vai ser sempre assim. Mas sem briga, confusão ou autoritarismo, não tem nada disso, só as funções são diferentes. Ele é muito sangue bom.
O jogador não só foi perdoado, como recebeu elogios de Abel.
— No nosso plantel, todos os jogadores são muito importantes, e há aqueles que são decisivos. O Nilmar é
importante e é decisivo — comentou o treinador, em sua entrevista coletiva.
Sobre o jogo
do próximo domingo, Abel mostrou otimismo:
— É que nem roleta, sempre tem que dar um número. E acho que já deu Juventude muitas vezes este ano.
Sem, no etanto, deixar de enaltecer as qualidades do adversário:
— O Juventude joga um futebol ofensivo, aberto. É uma equipe extremamente rápida, aproveita muito bem a velocidade do Elvis, do Helder, do Cristiano, do Maycon, quando entra. Além de a equipe ser muito boa, o treinador é muito bom. É humilde, é amigo, e sabe muito. Tem uma coisa legal com ele, é que os louros da vitória sempre vão para os jogadores, por isso ele tem o grupo na mão. E eles não vão se encolher de maneira nenhuma. Nós vamos ter que saber desembaraçar isso.