Depois de ganhar milhões de dólares, ter vencido três vezes o mais importante torneio do mundo no saibro e ter conquistado o posto de tenista número um do mundo, o que um campeão como Gustavo Kuerten pode fazer como aposentado? A pergunta, logicamente, veio à tona após sua despedida das quadras brasileiras na noite desta quinta, dia 17, depois da derrota nas oitavas-de-final do Aberto de SC para o gaúcho Franco Ferreiro, por 7/5 e 7/6 (7/2).

A resposta de Guga foi condizente com o seu adeus em Florianópolis. Dentro de quadra, o tenista mostrou vibração e bons golpes, fora dela, nada de festejos, shows pirotécnicos ou lágrimas. Para ele, o melhor é estar perto dos conhecidos e da família:

- Acho que meu melhor tênis eu joguei quando olhei para o lado e vi todo mundo, vi um monte de gente conhecida, interagi com minha mãe, com o Larri, não achei ainda o Fininho (Fernando Meligeni, que estava na arquibacanda), fora os amigos que estão presentes — disse o tenista, em entrevista ao canal SporTV.

- Posso ficar tranqüilo que vou me aposentar, mas ainda terei essas pessoas ao meu lado – completou.

Depois de 20 títulos, viagens pelo mundo e muito trabalho para chegar à alta performance, Guga espera uma vida simples, no lugar que ele mais gosta:

— Além do sucesso, do resultado, existe um sonho de respeitar as outras pessoas, ser feliz com um pouco mais de simplicidade. Floripa me faz um bem danado, me faz recordar a minha vida sempre simples, a galera que fez parte da minha infância, da minha trajetória e sempre me faz lembrar que eu nasci aqui e sou feliz dessa forma. Não preciso de muito glamour, preciso ter saúde, jogar um futebolzinho de vez em quando. Só não dá pra competir com esses caras aí — disse Guga rindo.

Depois de Florianópolis, Guga segue nesta sexta-feira para a Europa onde jogará o Masters Series de Monte Carlo — a partir do dia 21 —, o torneio de Barcelona e Roland Garros, onde fará o encerramento definitivo da carreira.

Matéria atualizada à 00h11min.